Negacionismo

Compreender os fatores que culminaram na decisão de vários governantes de voltar às ruas antes do tempo recomendado para enfrentar a pandemia do coronavírus demanda uma análise cuidadosa. Não se trata de falta de entendimento do problema por parte da população, mas de uma incompatibilidade de mundos: as verdades científicas não têm conseguido engajar a maioria das pessoas num projeto comum, nem servido de ponte para conectar necessidades individuais a projetos coletivos.

O primeiro objetivo deste ensaio é compreender a natureza específica das fake news e da pós-verdade enquanto fenômenos com características epistêmicas e sociais. Essa compreensão faz-se sob a hipótese de que um dos fatores que as tornam fenômenos particularmente inéditos e graves é a sua relação com formas corrompidas do ceticismo e relativismo. Descritas essas formas, o segundo objetivo consiste em contrastá-las a versões saudáveis de ceticismo e relativismo, procurando mostrar sua importância ao estabelecimento de acordos morais.
Após uma discussão sobre características definidoras das fake news (seção 1), vale-se de uma descrição do conjunto de crenças de conspiracionistas e negacionistas, em que se pode encontrar uma noção vulgar de ceticismo (seção 2). O relativismo vulgar é apresentado junto a uma descrição do que seria a pós-verdade (seção 3). Em seguida, apresenta-se uma defesa de um tipo específico de relativismo e ceticismo que serve a quem procura lidar adequadamente com o conhecimento em um ambiente não dogmático (seção 4). Ao fim, responde-se a uma possível objeção oferecida por relativistas de que haveria dogmatismo na crítica consensual às fake news e à pós-verdade (seção 5).

Resumo O artigo problematiza a emergência de histórias públicas reacionárias e novos negacionismos influenciados pela pro-fusão de narrativas históricas vinculadas aos meios de comunicação e às ideias de pós-verdade. Assim, destacam-se as re-lações entre história, mídia e ensino, abusos do passado, difusão de narrati-vas históricas e consumo. Ao final, aponta para os desafios colocados ao próprio lugar da história e dos professo-res de história frente a essa produção. Palavras-chave: História Pública; pós-verdade; negacionismo; ensino. Abstract This article approaches the emergence of digital discourse and the new Nega-tionism influenced by the historical narratives linked to the media; draft the relations between history, the media and education, the abuses of the past, the diffusion of historical narratives and consumption. In the end, it points to the challenges to the very place of the history and the teachers of history in front of to the concept of post-truth. No dia 2 de fevereiro deste ano [2017], uma equipe do History Channel veio a minha casa. Entrevistou-me para o que seria, se-gundo me informaram, genericamente, "uma série sobre a história do Brasil": Tomaram quase duas horas de meu tempo. Fiquei pas-mo quando o entrevistador, Matheus Ruas, da produtora Fly, pe-diu-me explicitamente para responder às questões como se, do outro lado da lente, sentado na poltrona, estivesse o Homer Simp-son. (Lira Neto, 20 out. 2017) Façamos um exercício: pensemos em Homer Simpson, como um tipo ideal, querendo aprender história do Brasil. Personagem de instrução

Resenha do livro: Guia politicamente incorreto da história do Brasil. 2 ed. São Paulo: Leya, 2012. (Primeira edição em 2009), versão ebook. Apresentação A leitura de livros de História permite uma compreensão mais profunda do presente. O que se pensa a respeito do passado orienta decisões atuais e futuras. Daí a importância de se criticar o livro " Guia politicamente incorreto da história do Brasil " , que apresenta graves deficiências de pesquisa e interpretação. Cometer erros não é grave, todos que escrevem estão sujeitos a isso. O problema realmente grave é que nesse livro a História está a serviço da propaganda de preconceitos. Já foram feitas análises teóricas da produção de Narloch e de outros autores da História Pública brasileira. Para o leitor que queira conhecer esse debate, uma sugestão é começar pela leitura do artigo de Jurandir Malerba, cuja referência bibliográfica completa, tal como os demais autores abaixo citados, encontra-se ao final do presente texto. A análise que desenvolvi é de natureza metódica. Li os capítulos do " Guia politicamente incorreto da história do Brasil " e consultei as fontes utilizadas, mostrando as lacunas e manipulações das interpretações originais. A noção de " verdade " em História relaciona-se a esses procedimentos. É preciso compreender o contexto de produção da fonte e seu conteúdo. Reconhecer que o relato histórico é sempre uma aproximação do real não significa que afirmações absurdas têm o mesmo valor das análises honestas. Tendo em vista que o livro foi publicado em 2009, evitei utilizar referências bibliográficas posteriores a essa data. Para cada capítulo ou tema, sem dúvida, haveria centenas de referências complementares, mas não sobrecarreguei o texto com citações, o que afastaria a maioria dos leitores. Cabe também esclarecer a razão dessa resenha tardia, quase dez anos após o lançamento do Guia. A razão disso é a percepção de que as aberrações e preconceitos afirmados no livro de Narloch estão sendo assimiladas como " conhecimento " , o que implica no risco de chegarem às salas de aula.

En la sociedad moderna nos enfrentamos a la siguiente paradoja: mientras que está en declive la autoridad cognitiva de la ciencia —que defne lo que es real en el mundo—, el poder tecnológico-científco se ha incrementado. En este ensayo trataré de comprender el declive de la autoridad cognitiva de la ciencia dado que, con el desencanto y el vacío que ha generado, la sociedad ha buscado explicaciones alternativas
con la producción de las posverdades y las teorías conspiratorias. Los medios de comunicación han mostrado las protestas de los negacionistas de la pandemia del COVID-19 contra el confnamiento, el uso de mascarillas o la inoculación con las vacunas. Considero que existen, al menos, dos razones generales y cuatro razones específcas que producen este fenómeno.

El propósito de este trabajo es abordar el discurso del odio (más referido al plano racial y étnico que al religioso, sexual o político), en relación a la libertad de expresión en el continente europeo. En este sentido, se sostiene una postura favorable a la limitación de la libertad de expresión en lo referido a las diferentes formas de expresión que alienten el odio, en sus diferentes versiones y con matices según cada caso, como medida para perpetuar un positivo entendimiento del pasado cercano, del presente actual y del futuro incierto.

Resumo: O texto procura empreender uma análise do negacionismo. Por um lado, sugerimos tratar-se de um fenômeno ideológico caracterizável em termos de uma crítica da modernidade empreendida por formuladores que não participam intelectualmente dos pressupostos modernos. Por outro lado, construímos a imagem de um negacionismo objetivo, o qual consistiria no desenrolar histórico dos limites intrínsecos do processo de socialização moderno. Para caracterizar esses limites, sugerimos uma apreensão da história da modernidade focada no caráter de classe de instituições costumeiramente convocadas por sua apologética-a sociedade civil, a ciência, o Estado. Caracterizamos como progressista o pensamento ocupado dessa apologética que, no entanto, procura ou criticar intelectualmente, ou relevar, aquele caráter de classe, o qual se torna, não obstante, historicamente evidente para as pessoas comuns, consistentemente por ele vitimadas. Nesse sentido, o processo social moderno é caracterizado como guerra civil, da qual, bem compreendido, o pensamento moderno deve ser tomado como a enunciação.

A propagação da informação a partir da popularização da Internet vem substituindo as tradicionais estruturas comunicacionais. Trata-se de fenômeno recente pelo qual se dá grande ênfase ao papel das mídias sociais, que deram voz a todos os tipos de opiniões-abrindo margem à propagação de conteúdo deliberadamente falso, de teorias da conspiração e de visões subjetivas carregadas de negacionismo científico, factoides e 'clickbaits'-, desafiando o legislador a revisitar todo o arquétipo estrutural do sistema jurídico, com a codificação de regulamentações destinadas a lidar com a Internet e sua fluidez em termos de dissuasão de informações prejudiciais, como o discurso de ódio ou a manipulação de propaganda. A responsabilidade civil é colocada, nesse ecossistema, como possível solução para a salvaguarda de bens jurídicos; em seu contraponto, a liberdade, preservada em sua dimensão relativa à expressão humana, repudia a censura e qualquer espécie de controle dissuasório prévio que desafie o princípio democrático. São impostas novas leituras para a ética da informação e para os deveres assumidos pelos provedores nesse complexo contexto. Neste breve ensaio, buscar-se-á estabelecer algumas premissas essenciais para a compatibilização da responsabilidade civil em suas múltiplas funções, a partir do contraponto descrito. Será utilizado o método dedutivo, com aporte em substratos bibliográficos e em pesquisa qualitativa.

Los estados fallidos comenzaron a ser objeto de análisis en el ámbito académico en los inicios de los años 90 del siglo XX. En líneas generales, este asunto ha sido abordado hasta ahora como si se tratará de un problema específico de los países poco desarrollados o recién descolonizados. En este trabajo se argumenta, por el contrario, que dicha temática tiene un interés universal debido a las perspectivas de colapso social que se avistan en el horizonte como resultado del cambio climático y el descenso energético.

O presente artigo busca analisar os embates gerados dentro do processo de formação e transformação das memórias coletivas, em especial no caso da memória das vítimas e sobreviventes da Segunda Guerra Mundial, particularmente com o Holocausto (Shoah). Procura ainda compreender como se dá o surgimento de teses que afirmam a inexistência do Holocausto e da existência de um suposto complô judaico de dominação mundial, ou seja, o fenômeno negacionista e os reflexos desta prática no Brasil, assim como os esforços de diversas categorias profissionais em salvaguardar a memória e a disciplina histórica das ameaças de falsificações intolerantes e discriminatórias.

O objetivo desse artigo é pensar modos de fazer política que não mais se ancorem na oposição verdade/falsidade, sobretudo num momento em que o negacionismo climático (entre outros conspiracionismos) vem ganhando mais espaço na sociedade, o que vem inibindo a adoção de medidas de enfrentamento do aquecimento global.

Minha hipótese é a de que, além de a invocação da autoridade das instituições (especialmente da ciência e, de um modo geral, da academia) não ser mais suficiente para dirimir as controvérsias -- já que se trata de um problema de falta de confiança, em primeiro lugar, não de tolice ou desinformação --, a maneira costumeira de esses saberes se portarem, que invalida os conhecimentos e a experiências não fundamentados em determinadas explicações científicas e/ou teóricas, contribuiu para o ressentimento e a desconfiança que marcam o momento atual.

Proponho, assim, pensar formas de enfrentar o negacionismo e as mudanças climáticas que contornem o velho hábito do denuncismo das ilusões por trás das aparências, delineando um conceito pragmático-sofistico da verdade como fabricação decidida, situada e responsável pelos efeitos que ela gera; em suma, uma verdade não mais exterminadora de mundos considerados ilusórios, mas sim capaz de produzir conexões entre realidades divergentes e, assim, fomentar modos diversos de existir nesse planeta já tão ferido.

Em 1995 o acadêmico, escritor e intelectual italiano Umberto Eco publicou no New York Times um artigo no qual, preocupado com o retorno da extrema-direita à agenda política e cultural do Ocidente, esboçou as características do que intitulou "fascismo eterno". Com isso, tentou pensar o fascismo não apenas como uma questão histórica restrita ao entre-guerras, mas também como um fenômeno da atualidade. O título da sua tradução brasileira publicado pela Folha de São Paulo consegue traduzir em duas palavras a questão fascista contemporânea: nebulosa fascista (ECO, 1995). Nebulosa é um termo astronômico (do latim nebulae) que originalmente identificava corpos celestes que não têm uma forma definida, mais se parecendo com nuvens. O termo nebulosa fascista consegue assim dar conta da questão levantada por Eco, ou seja, a natureza nebulosa aparentemente indefinida e imprecisa da questão fascista de nosso tempo. Em 2012, o professor Sean Purdy da USP denuncia a publicação de um livro escrito por um jovem bacharel de direito a partir de sua monografia de graduação (TCC) que se dedica a negar a realidade do Holocausto (PURDY, 2012). Logo depois, o professor e orientador da monografia anuncia que ela não tinha qualquer conteúdo negacionista e que este teria sido incluído apenas no livro editado. (SÁ, 2012: 1) Não deve deixar de ser

In this article, the racial issues present in the national-socialist ideology professed by the group Valhalla 88 are investigated. The primary element of Nazi ideology is Aryanism (eugenics), i.e., “race purification,” because the “chosen people” have the “right” to rule the world due to their “racial superiority” as understood by Adolf Hitler. The group Valhalla 88 seeks to spread national-socialist ideology, and the group’s interpretation of this ideology seeks to manipulate and adapt these ideas to provide a political alternative.

O Antropoceno – a nova época geológica em que os processos ecológicos do planeta vêm sendo gravemente impactados pelas atividades industriais – nos coloca numa contradição à primeira vista insolúvel no que diz respeito à relação entre verdade, ciência e política. Por um lado, há a premente necessidade de reconhecer como legítimas as “verdades dos outros”, isto é, as diversas maneiras por meio das quais povos não ocidentais expressam seu pertencimento ao mundo, incluindo seus modos próprios, não “científicos”, de perceber a atual dessincronização dos ciclos da Terra. Por outro, não devemos aceitar a verdade que certos outros reivindicam: refiro-me aos negacionistas climáticos, os quais, a despeito das evidências do caráter antropogênico das mudanças climáticas, negam veementemente o problema, confundindo a opinião pública e obstruindo a ação política que ajudaria a frear seus efeitos. Assim, o que fazer dessa aparente incoerência que nos faz, por um lado, afirmar a “verdade do relativo” e, por outro, recusar relativizações da “verdade inconveniente” das mudanças climáticas? É possível estabelecer uma concepção de verdade que permita conciliar esses dois imperativos cosmopolíticos cruciais de nossa época? O presente artigo busca inspiração no pragmatismo de William James para propor um relativismo consequente capaz de abrir espaço ao que proponho chamar de “verdade suficiente”.

La ciencia necesariamente parte de axiomas, o sea verdades que se consideran evidentes y por tanto que no necesitan demostración. De modo que siempre reposa en creencias. Por ejemplo, que el sol gira en torno a la tierra, como decía Aristóteles porque era evidente para los ojos de todo el mundo: que es el Sol el que se mueve y no la tierra. Hasta que se descubrió de forma racional que era una creencia falsa. Y eso no es ir contra la ciencia, sino todo lo contrario, pues la ciencia consiste en  un método racional para depurar las creencias. A veces los negacionistas, como Galileo, aciertan. Otras muchas no. La ciencia consiste en un método racional para depurar las creencias. Y el proceso de búsqueda siempre es hermoso, aunque no se logren resultados convincentes.

BODART, Cristiano das Neves. O negacionismo científico na sociedade contemporânea. Blog Café com Sociologia. pp. 1-6, set. 2020. Disponível em: < https://cafecomsociologia.com/?p=13752&preview=true>.


A expressão negacionismo, em geral, refere-se a prática de negar uma realidade como meio de escapar de uma verdade desconfortável. Esse termo já foi amplamente utilizado para designar a prática de negar a existência do Holocausto (CASTRO, 2014) e mais recentemente o aquecimento global. A negação aos conhecimentos científicos de forma sistematizada e organizada vem sendo denominada "negacionismo científico". Vale destacar que o negacionismo pode ser entendido também como resposta de grupos fundamentalistas (no sentido de firmados aos seus fundamentos culturais) ao avanço da Ciência, já que essa contesta as explicações tidas como insuficientes, incluindo explicações religiosas e/ou tradicionais. Contextualizando o negacionismo científico Primeiramente, importa compreender o que estamos denominando Ciência. A palavra ciência tem origem no latim, de scientia, que se traduz por conhecimento.

El suicidio es la segunda causa principal de defunción en el segmento de edad que va de los 15 a los 29 años. Más de 800 000 personas se suicidan cada año, lo que representa una muerte cada 40 segundos. Las medidas restrictivas sin embargo recomendadas por organizaciones como la OMS y los gobiernos son inefectivas para prevenir que personas opten por suicidarse. Las líneas de ayuda atraen a personas que buscan ayuda. Son las que típicamente llaman la atención por sus expresiones y declaraciones de que quieren cometer suicidio. Pero hay un segmento muy importante de personas que logran evadir el radar especialmente cuando su decisión está tomada.  El coach en liderazgo y consultor en iglesiacrecimiento, Juan Carlos Flores Zuñiga, presidente de la Fundación LiderInnova, identifica el segmento compuesto por líderes cristianos y propone que la iglesia tome conciencia inmediata de como el suicidio toca a sus puertas de la mano de la ansiedad y la depresión.

Resumo: o artigo trata do problema do encarceramento em massa no Brasil. Em primeiro lugar, procura demonstrar como o encarceramento em massa pode ser visto como atualização do racismo estrutural. Segundo, o cenário recente de polarização política, em que se configurou um discurso dentro do universo jurídico que defende o rigor penal. Seu alvo principal é o garantismo penal (cujo nome principal é do jurista Luigi Ferrajoli), para isso se valendo da polarização "nós x eles". Buscamos apontar, então, o cruzamento de estado de exceção (em sua face decisionista) e negacionismo, cujo resultado é a busca da neutralização crítica sobre o problema do encarceramento em massa.

En tiempos recientes, el fenómeno del discurso del odio (hate speech) ha ido aumentando su presencia mediática, adquiriendo una creciente relevancia social y política 3 . Parece incuestionable que los delitos de odio han venido a ocupar un lugar destacado en el imaginario colectivo 4 . Sin embargo, en un segundo plano ha quedado otra inquietante

La represión penal del negacionismo en el ordenamiento jurídico español. Claves y diagnóstico Iñigo Gordon Benito 1 Investigador predoctoral en Derecho Penal (UPV/EHU). Miembro de la Cátedra UNESCO de Derechos Humanos y Poderes Públicos. SUMARIO: 1. DELIMITACIÓN CONCEPTUAL Y CATEGORIZACIÓN JURÍDICA. 1.1. Negacionismo y terminología afín. 1.2. Discurso de odio o delito de odio «con palabras». 2. SÍNTESIS EVOLUTIVA: LEGISLACIÓN, DOCTRINA Y JURISPRUDENCIA. 2.1. Antecedentes legislativos remotos (art. 137 bis b) del CP/1973). 2.2. Antecedentes legislativos inmediatos (art. 607.2 del CP/1995). 2.2.1. Intentos doctrinales de contención del tipo penal. 2.2.2. Pronunciamientos en sede judicial con especial mención a la Sentencia del TC núm. 235/2007, de 7 de noviembre de 2007. 2.3. Estado de la cuestión desde una perspectiva de actualidad (art. 510 CP, reformado por LO 1/2015). 3. REFLEXIÓN FINAL: VIS EXPANSIVA A OTROS CRÍMENES NEGADOS.

O mesmo governo paulista que defende vacinas e se opõe ao governo Bolsonaro segue um roteiro perturbador quando o assunto é a retomada das atividades escolares presenciais, as reais condições de segurança sanitária nas escolas ou a efetividade do ensino remoto durante o período de suspensão das atividades presenciais.

El derecho (y, en particular, el derecho penal) es considerado cada vez más como un instrumento para responder al temor de que la memoria sobre hechos criminales pueda sufrir un debilitamiento progresivo e inexorable.
En este articulo se analiza la criminalización del negacionista histórico y la tensión de este tipo penal con los principios del derecho penal liberal.

Desde a expansão da internet comercial, em meados dos anos 1990, diversos grupos e movimentos de extrema-direita têm utilizado cada vez mais a internet como meio de construção e propagação de conteúdos negacionistas, isto é, que negam a existência do Holocausto – parcial ou integralmente. Visando contribuir para uma melhor compreensão dos possíveis usos da internet pelos " negacionistas " e dos discursos por eles publicados, o presente artigo se debruça sobre um projeto de origem sueca, mas com alcance internacional, chamado " Metapédia – a enciclopédia alternativa " , composto por verbetes de conteúdonegacionistas e não-negacionistas. Conforme veremos, essa característica, ao lado de peculiaridades da base tecnológica que lhe dá forma (Media Wiki), faz da Metapédia um modelo singular na difusão do negacionismo, ainda que seu conteúdo não apresente qualquer originalidade. Abstract: Since the commercial internet expansion in the mid-1990s, several far

Partiendo de la constatación del estatuto y el papel de la categoría de memoria en el mundo actual, este artículo analiza los vínculos posibles entre la memoria, la democracia y la excepción y los derechos humanos. Dicho análisis implicará, al mismo tiempo, el examen de las siguientes cuestiones conexas: en primer lugar, la relación que mantiene la memoria con la construcción de un régimen político, el problema de la verdad y la producción de la verdad y el negacionismo; en segundo lugar, la democracia en tanto régimen político, la tensión entre la democracia y el autoritarismo en la construcción y la vigencia de nuestros regímenes políticos y la teoría de la excepción; en tercer lugar, la relación entre el régimen democrático y los derechos humanos, la configuración de los derechos humanos en el escenario político mundial y regional actual, el papel que pueden desempeñar en relación con los cuestiones señaladas y las potencialidades que pueden llegar a tener en base a las relaciones que se establecen entre ellas.

A pandemia de coronavírus que alterou a vida de pessoas em todo mundo desvelou surpreendentes "afinidades eletivas" entre o crítico do Estado de exceção e o fã do Estado de exceção. Nesse trabalho discute-se por que o filósofo italiano Giorgio Agamben apresentou teses sobre a pandemia que mais lembram as falas negacionistas do presidente do Brasil. Mais do que uma mera análise política equivocada da pandemia, entendemos que as teses defendidas por Agamben decorrem da própria teoria da biopolítica que o filósofo elaborou em seus textos mais celebrados. Neste artigo procuramos primeiramente apontar os fundamentos da teoria da biopolítica elaborada por Agamben. Num segundo momento mostramos como as ideias do filósofo italiano estão alinhadas com o que tem sido defendido pelo presidente Bolsonaro. Ao final, indicamos porque os textos de Agamben sobre a pandemia são uma consequência lógica daquilo que ele havia formulado em sua teoria da biopolítica.

O presente escrito destina-se a pôr em suspensão a premissa de que o fenômeno do negacionismo decorre da “ausência de ciência”, de algo que ocorre “fora” da ciência ou onde a ciência “não chegou suficientemente”. Outrossim, reflete sobre as implicações entre os negacionismos, as verdades científicas como inquestionáveis e os sectarismos da própria ciência. Em que medida a crítica e a desconstrução acrescentam mais “ruínas às ruínas”? O descrédito em relação à ciência não seria tributário, também, de suas posturas dogmáticas e sectárias? Em que medida os negacionismos fermentam inseridos num contexto científico hegemônico que, no lugar de engajar, fundamenta-se na negligência de saberes outros, na afirmação de verdades universais, na obediência, nos sectarismos e na estabilização de fatos e mundos? A partir das reflexões de Costa
(2021), Latour (2020) e Freire (1987), bem como de outras e outros interlocutores, apostamos na construção de engajamento, cuidado e emancipação, na direção de empreender diálogos, multiplicações de perspectivas e dimensões, como tentativas de fuga dos pensamentos unívocos, universalizáveis, sectários.

Durante a pandemia, diversos vídeos, notícias e informações falsas que geram a desinformação circularam nas redes sociais, principalmente através de grupos de celular e mídias sociais. Num vídeo circulado em maio nos Estados Unidos e que percorreu o mundo rapidamente chegando ao Brasil, a obstetra norte-americana Dr. Christiane Northrup alertava que a vacina de combate ao SARS-Cov-2 representava um risco para toda a humanidade, pois a nova tecnologia da vacina 1 com base no mRNA 2 do vírus seria capaz de mudar o DNA das pessoas. De acordo com o vídeo, a vacina possui em sua fórmula nanorobôs 3 e metais pesados capazes de transformar o corpo numa espécie de antena que transmite via rede 5G informações para um servidor privado de propriedade do dono da Microsoft e um dos maiores investidores privados na área de desenvolvimento de vacina e vigilância, Bill Gates 4. Numa coletânea de verdades parciais-generalizações de temas complexos-a dra. Northrup colocou dentro de um vídeo de quatro minutos todas as ansiedades e medos histéricos típicos das teorias das conspiração, já presentes no catastrofista documentário PlanDemic 5. Na época, muitos foram os websites que 1 Essa interpretação negacionista não é a mesma dos movimentos antivacina que têm legitimidade na sua demanda construída ao longo de mais de três décadas. O grupo dos anti-vaxxers é formado por pais preocupados com a interação das vacinas no mercado com o organismo da criança. Defendem a tese de que podem causar autismo, e que em sua composição estão metais pesados. Os anti-vaxxers defendem seu direito de optar pela não vacinação, e da mesma forma frequentar escolas públicas onde ter a vacinação em dia é obrigatória por questões de saúde pública. 2 Quando nos referirmos às vacinas mRNA entenda-se as vacinas popularmente chamadas Pfizer (BNT162b2) e Moderna (mRNA-1273). 3 Nanorobôs são unidades robóticas sintéticas menores que uma célula capazes de carregar no interior do corpo-e através da corrente sanguínea-informações (inclusive DNA) que auxiliam na terapia de diversas doenças. A terapia tem se mostrado promissora no tratamento ao câncer.

La llegada del candidato republicano Donald Trump a la Casa Blanca en noviembre de 2016 ha supuesto un duro revés para la puesta en marcha de medidas eficientes a nivel internacional en la lucha contra el cambio climático. Los importantes acuerdos suscritos por todas las naciones participantes en la Cumbre de París, celebrada en la capital francesa en diciembre de 2015, se han visto seriamente amenazados con el cambio de gobierno en los Estados Unidos.
El discurso escéptico del nuevo inquilino del despacho oval, así como las diferentes políticas que ha llevado a cabo durante sus casi dos años de mandato hasta la fecha, han servido no solo para desmantelar la importante herencia del anterior gobierno en materia medioambiental, sino también para aislar a los Estados Unidos, el segundo país más contaminante del mundo, de un problema con consecuencias globales. Estas decisiones, no en vano, han situado al presidente norteamericano en el centro de las críticas de todos los países firmantes del acuerdo, y han sido duramente cuestionadas por numerosas voces dentro y fuera de los Estados Unidos.
En la presente investigación proponemos realizar un análisis de contenido y un estudio de los encuadres adoptados en el tratamiento de esta polémica por parte de tres diarios españoles de tirada nacional, esto es, El País, El Mundo y La Vanguardia, tomando como marco temporal el periodo que abarca desde la última fase de la carrera electoral norteamericana, a mediados de 2016, hasta la última cumbre del G8, celebrada a comienzos de junio de 2018. A través del estudio de una muestra compuesta por unas 150 noticias, presentamos los asuntos en torno a los que se configura el discurso del mandatario de los Estados Unidos, y a continuación señalamos los argumentos esgrimidos por parte de aquellas figuras, ya sean políticas, científicas, empresariales o ecologistas, que actúan como contrapunto al discurso escéptico de Donald Trump.  Palabras como soledad, aislamiento, progreso o acuerdo, y personalidades como Emmanuel Macron, Angela Merkel o Xi Jinping serán, pues, las protagonistas de un debate dialéctico en torno a una de las principales amenazas para la sociedad del siglo XXI, en un entorno comunicativo marcado por la posverdad, las fake news, la infoxicación y la incertidumbre.

En las últimas décadas el campo de estudio sobre los genocidios ha crecido exponencialmente. En particular, los estudios sobre el genocidio armenio han sido parte de estos avances. Sin embargo, hay una dimensión de este proceso genocida que continúa siendo mayoritariamente relegada por los/as investigadores/as a un segundo plano.
En esta ponencia buscamos reconsiderar la dimensión económica del genocidio de los armenios. Entendemos la complejidad de los procesos genocidas y su multicausalidad, por lo que no afirmamos que el exterminio de los armenios se debe puramente a una cuestión económica. Sin embargo, es imprescindible para el análisis no dejar de lado esta dimensión. Entendemos que ésta no es un aspecto más del genocidio, sino que es una parte constitutiva (sino fundamental) del mismo.
Algunos trabajos que han abordado esta temática utilizaron para proveer una explicación de las causas del genocidio la construcción teórica del imperialismo según Lenin (Polatian: 1984, Sivinian: 2005). El aporte de estos autores en la recuperación de la teoría marxista, frente a una contraria hegemonía política de la comunidad armenia diaspórica, que intenta explicar su pasado por cuestiones meramente “nacionales” y/o religiosas, no debe ocultarnos sus límites explicativos. Una investigación más reciente de Üngör y Polatel (2011) nos brinda mayores elementos históricos para el análisis. Pero un marco teórico acotado, que disminuye el carácter de clase del Estado, y una lectura ingenua y poco problematizadora de las fuentes, los lleva a una conclusión discutible.
Buscaremos analizar estos trabajos que han investigado esta dimensión, recuperando sus aportes y tratando de comprender sus límites. Nos interesa plantear algunos posibles caminos, que entendemos que resultan necesarios para la interpretación del genocidio armenio: recuperar la relación íntima entre historia y teoría social (el uso a consciencia de la categoría marxista de “acumulación originaria”) y el análisis comparativo de los genocidios (la posible aplicación del estudio del historiador marxista británico Tim Mason [1974] sobre la “primacía de la política” en la Alemania nacionalsocialista).

Resumen Durante los últimos años, las derechas argentinas recuperan el lenguaje de los derechos humanos para definir su posicionamiento en la escena pública y articular sus críticas hacia proyectos políticos de trayectoria nacional y popular. Considerando el carácter novedoso e inaudito de esta operación, este artículo indaga en torno a los procesos de resignificación que trae aparejada, prestando particular atención a dos aspectos que suelen quedar mayormente soslayados en los estudios sobre la temática. Por un lado, la desestabilización y el despojo que realiza el gobierno de Cambiemos de los sentidos arraigados a la lucha protagonizada por las organizaciones de derechos humanos y el escenario de apertura discursiva que configura. Por el otro, la proliferación de usos que sectores liberales y conservadores promueven del léxico en su disputa por fijar el significado de los derechos humanos a discursos regresivos en materia de ampliación de ciudadanía.

A Era Digital tem facilitado a produção de conteúdos históricos e sua disseminação pelas redes. Todavia, parte dessas produções pouco (ou nada) se atentam ao método historiográfico e, por vezes, buscam utilizar o passado como ferramenta na guerra cultural do presente. Dessa forma, esse texto buscou analisar um vídeo sobre a Era Vargas, produzido pela empresa Brasil Paralelo e como essa produção, construiu uma perspectiva equivocada de fascismo de esquerda nos diferentes governos de Getúlio Vargas, o que se destaca como, ao mesmo tempo, uma revisão ideológica do conteúdo histórico e um negacionismo histórico.

El negacionismo es un fenómeno social y político que se ha desarrollado principalmente en Europa. Su origen está en la puesta en duda del genocidio nazi por parte de ciertos sectores sociales.

Frente a esto surgieron las leyes anti-negacionsitas, que buscan castigar este tipo de expresiones. En algunos casos, la prohibición es relativa a la la negación, justificación y relativización de los crímenes nazi, y en otros, alcanza a todo crimen internacional. A partir de una Decisión Marco de la Unión Europea de 2008, la criminalización de ambos ha pasado a ser una obligación de sus países miembro.

Esta reacción supone un desafío para determinar en qué medida son legítimas estas restricciones a la libertad de expresión.

En el ámbito del Sistema Universal de Derechos Humanos, el Comité de Derechos Humanos ha señalado que dichas limitaciones pueden estar justificadas cuando los actos o declaraciones negacionistas constituyan discursos racistas o de incitación a la violencia y a la discriminación.

En el sistema europeo de derechos humanos, la jurisprudencia es más amplia, y ha autorizado incluso el castigo penal de la trivialización del Holocausto. Ahora bien, en la última sentencia encontrada sobre la materia (2015 ), la Corte Europea de Derechos Humanos reafirmó la necesidad de revisar caso a caso, teniendo en cuenta el contexto histórico y geográfico, y sobre todo, distinguiendo si se trata de un puro discurso revisionista, o si este está  asociado a discursos de odio.

Este artigo analisa o livro Para entender a Inquisição, do missionário católico Felipe Aquino, uma obra apologética que propõe uma revisão histórica sobre os tribunais de fé católicos medievais e modernos, partindo da premissa de que existem usos da história secular da Inquisição contra a Igreja Católica e, por isso, é necessária sua releitura para a defesa de sua doutrina. Os objetivos aqui são os de analisar os usos da história nessa obra, discutindo sua articulação com uma tradição de escrita histórica de intelectuais conservadores e negacionistas sobre as Inquisições. A hipótese defendida é de que o negacionismo sobre o passado inquisitorial, ponto central na narrativa de Aquino, serve mais a um conservadorismo do presente, conferindo-lhe sentido histórico, do que a uma disputa pelo passado real. Pretende-se ainda levantar uma breve discussão sobre o papel do historiador profissional em relação a isso.

Excuse el lector la traducción malsonante en castellano de la conocida como Ley Brandolini. En inglés es aún más expresiva: "Bullshit (cagada de toro, literalmente) Asymmetry Principle". Según tal acepción, se establece que la energía necesaria para refutar una afirmación sin sentido es bastante superior a la necesaria para producirla. El principio proclama que la difusión de las estupideces acientíficas se basa en una asimetría en la capacidad de retención de la memoria. Los rastros y trazas retenidos en la memoria por las gilipolleces es más profunda que cualquier otra información que la contradiga. Así mismo, se produce una asimetría de la unción de la memoria. Es decir, quien propaga la pendejada suele aparecer revestido de autoridad o carisma popular y cuenta con una recepción ventajosa, mientras quien aplica la racionalidad contrastada lo hace en condiciones desfavorables. Y a menudo viene acusado de no darse cuenta de lo que sucede en realidad detrás de las apariencias (dietrología).

Este artigo analisa a emergência da nova onda negacionista na década de 2010 partindo de uma reflexão sobre modelos de veridicção dispostos na cena pública contemporânea. Argumenta que vivemos uma crise desses modelos tradicionais que se estabeleceram como uma tecnologia da verdade, denominada por Michel de Foucault "verdade conhecimento", ou verdade demonstrativa. Para isso, explicita o que são os modos de veridicção apresentados pelo autor e como eles produzem regimes de verdade. Procura apresentar o jornalismo e a história em seus modos de dizer-verdadeiro, e como eles têm sido impactados pelos efeitos da negação. Ao final, toma como exemplo de sintoma desse processo a negação da ditadura militar brasileira. Palavras-chave: Negacionismo; Verdade; História.