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terça-feira, 26 de novembro de 2024

Noticias: Land Rover no Dakar em 2026


A Jaguar Land Rover, via a marca Defender, conhecida marca de veículos 4x4, anunciou esta segunda-feira que irá entrar oficialmente no Rally Dakar a partir da edição de 2026. Segundo conta no comunicado oficial, esta participação representa um compromisso significativo da marca em provar o desempenho dos seus veículos no ambiente mais exigente do mundo do desporto motorizado.

Ainda não são conhecidos muitos pormenores, mas a sua participação acontecerá numa classe que aparecerá, em principio, na edição de 2026. Na realidade, poderão aproveitar a remodelação de uma categoria agora denominada Stock (antes T2) e que abrange os modelos de série com uma mínima modificação para garantir a segurança dos pilotos numa corrida tão dura como o Dakar. Contudo, ao longo de 2025 se conhecerão mais pormenores sobre o preparador e os pilotos envolvidos nessa competição. 

Mas antes disso, a sua participação começará logo em janeiro de 2025, nesta próxima edição do Dakar, com o fornecimento de uma frota de veículos Defender para apoiar o evento. Estes veículos serão utilizados, quer no transporte de oficiais do rally, quer no de membros da imprensa VIP durante a competição. Além disso, a Defender fornecerá seis veículos especialmente adaptados para reconhecimento de rotas, que serão utilizados pela organização do Dakar na preparação de futuros percursos. A colaboração estará em vigor até 2028, e incluirá a presença destacada da marca nos materiais de comunicação e no percurso do rally.

Mark Cameron, Diretor-Geral da Defender, destacou a ligação da marca ao espírito de aventura: “A aventura está no ADN da marca Defender, e é com entusiasmo que nos associamos ao Dakar – a aventura de desporto motorizado por excelência, onde os concorrentes enfrentam o impossível. Em 2025, iremos mostrar a nossa capacidade como parceiro oficial, mas já estamos a preparar o nosso programa de equipa oficial para 2026.”, comentou.

James Barclay, Diretor-Geral da Jaguar Land Rover Motorsport, afirmou que o Dakar representa o maior desafio no mundo dos rally-raids: “O Dakar é o 'Everest' do desporto motorizado, onde o sucesso depende tanto da determinação humana em condições extremas como da capacidade e fiabilidade dos veículos. Estamos no início da nossa jornada no Dakar e conscientes dos desafios que enfrentaremos até 2026. Estamos ansiosos por esta aventura e por partilhar mais novidades sobre este programa empolgante em 2025.”, declarou.

David Castera, Diretor do Dakar, também elogiou a parceria: “Estamos entusiasmados por acolher a Defender como parceiro oficial do Dakar. É uma marca icónica, presente em todos os continentes, que partilha a nossa paixão pela aventura, desempenho e inovação. Além disso, a partir de 2026, a Defender competirá como equipa oficial, destacando o Dakar no palco internacional e proporcionando uma experiência única a todos.”, comentou.

A Land Rower/Range Rover tem tradição no maior "rally-raid" do mundo: venceu à geral as edições de 1979 (a primeira da prova) e de 1981. A edição de 2025 do Dakar, que decorrerá na Arábia Saudita, acontecerá entre os dias 3 e 17 de janeiro.

sábado, 17 de agosto de 2024

Noticias: Alonso quer Dakar e descarta Indy 500


Veterano do automobilismo, Fernando Alonso afirma que ainda tem objetivos na sua carreira. Mas as 500 Milhas de Indianápolis parece não estar mias no seu horizonte. O piloto da Aston Martin tem duas vitórias nas 24 Horas de Le Mans, e já foi campeão da Endurance, pela Toyota, mas depois da Formula 1, ele quer estar no Dakar e deixar a competição americana para... um dia. 

Falando esta semana ao site oficial da marca, Alonso falou dos seus objetivos automobilísticos:

Há sempre coisas a serem alcançadas”, começou por afirmar o piloto de 43 anos. “A Fórmula 1 é o meu foco neste momento. Adoraria ganhar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 com a Aston Martin – seria o ponto alto da minha carreira e provavelmente da minha vida. Ganhar o Rali Dakar ainda está na lista de desejos. A Indy 500, claro, mas não tenho a certeza se o voltarei a fazer no futuro – mas o Dakar sim. Seria inédito ganhar o Campeonato do Mundo de Fórmula 1, o Rali Dakar e as 24 Horas de Le Mans.", continuou. 

"Tudo se resume à mesma coisa: quero sempre melhorar – tornar-me melhor é a principal motivação ao longo da minha carreira. Nunca estou satisfeito com a posição em que me encontro. Quero ser melhor amanhã, e quero ser melhor na próxima semana e no próximo mês. Foi isto que me fez continuar a conduzir durante tanto tempo”, concluiu.

Alonso tentou correr na corrida americana em 2018 e 2019. Se da primeira ocasião, andou bem, qualificando-se em quinto e andando bem até se retirar, na segunda ocasião, as coisas foram o contrário: com motor Chevrolet, a má preparação da equipa fez que chegasse ao ponto de cair para o final do pelotão... e falhou um lugar na grelha, causando um escândalo na altura. 

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Noticias: Ogier não está muito interessado no Dakar


Sebastien Ogier confessa não ser muito fã de correr no Dakar. Na semana em que correrá no WRC, depois de algum tempo de descanso após o seu acidente nos preparativos para o rali da Polónia, foi entrevistado pela Autosport britânica e questionado sobre se algum dia irá participar no rali Dakar, confessou que não pensa muito nisso. E afirma ter outras prioridades. 

"Ainda não está na minha lista", explicou Ogier recentemente à revista inglesa Autosport. "Acho que testar o carro é sempre uma boa ideia, é sempre uma experiência divertida. Mas, de momento, não sei. Nunca me senti muito atraído por esta corrida."

Desde que o piloto de 40 anos começou a correr em part-time no WRC, o seu maior interesse é a Endurance. Participou nas 24 Horas de Le Mans de 2022, num Oreca de LMP2, acabando no nono posto na classe. Para além disso, fez participações pontuais na Porsche Supercup e na DTM alemã.

"Muitas vezes, no passado, [os pilotos de rali] iam para o Todo-o-Terreno porque era mais fácil de adaptar e eu teria mais hipóteses de fazer lá do que em Le Mans, mas eu gosto mais do desafio de ir para as pistas e esforçar-me, aprender algo novo", continuou. "Penso que, no futuro, se não for nos ralis, voltarei a concentrar-me mais nas corridas de velcoidade e na resistência do que no Dakar.", concluiu.

Ogier regressa aos ralis neste final de semana nas estradas da Letónia, para mais uma prova do WRC, onde neste momento é quarto classificado, com 92 pontos. Em relação ao Dakar, a Toyota está presente no Campeonato do Mundo FIA de Rally Raids (W2RC) com o seu Toyota GR DKR Hilux, com os pilotos Seth Quintero e Lucas Moraes.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Youtube Motorpsort Video: O Mitsubishi Evo SUV

O Mitsubishi Pajero é um dos todo-o-terreno mais bem sucedidos da marca japonesa. Foi vendido aos milhões para todo o mundo desde a década de 90 do século passado e o seu palmarés automobilístico é quase imbatível, especialmente no Dakar, às mãos de gente como Kenjiro Shinozuka, por exemplo. 

E o pessoal da Donut Media trouxe para este vídeo é algo raro fora do Japão: um Pajero Evo, semelhante aos que foram usados no Dakar no final da década de 90, inicio do século, e que foram feitas alguns exemplares para serem vendidos apenas no Japão, mas agora já se encontraram noutros lugares do mundo como os Estados Unidos. E eles oram experimentar um deles no deserto para saber como ele se comporta. 

segunda-feira, 18 de março de 2024

The End: Kenjiro Shinozuka (1948-2024)


O japonês Kenjiro Shinozuka, antigo piloto de ralis e vencedor do Dakar pela Mitsubishi, morreu esta segunda-feira aos 75 anos, em Suwa, na província de Nagano. Ele sofria de em cancro do pânceras há algum tempo. As suas últimas aparições públicas aconteceram no ano passado, com a sua introdução do Hall of Fame do automobilismo japonês em 2022 e em 2023, fez parte da equipa de segurança do WRC no Rally do Japão.

Essencialmente piloto da Mitsubishi - mas depois também correu pela Nissan, na parte mais tardia da sua carreira - ele ganhou dois ralis no WRC, ambos na Costa do Marfim, em 1991 e 92 - antes de ganhar o Rally Dakar em 1997, sendo o primeiro japonês a realizá-lo.

Nascido a 20 de novembro de 1948 em Ota, na província de Tóquio, começou a correr aos 19 anos, em 1967, nos ralis, especialmente nos africanos. A sua estreia foi no Rali Safari de 1976, mas foi em 1989 que conseguiu os seus primeiros grandes triunfos, quando ganhou o primeiro Campeonato Ásia-Pacifico, essencialmente acabando na primeira posição no Himalayan Rally, ao volante de um Mitsubishi Galant VR-4.

Participando essencialmente nos ralis africanos - Quénia e Costa do Marfim - foi neste último país onde alcançou os seus melhores resultados, ao triunfar em 1991 e 92, mas também foi segundo classificado no Rali do Quénia de 1994, antes de se concentrar nas areias do deserto do Dakar, onde já participava desde 1986.


Ali, os primeiros resultados de relevo foram dois pódios, um terceiro lugar em 1987 e um segundo em 88, logo atrás do vencedor, Juha Kankkunen, no seu Peugeot. Regressaria aos pódios ao ser terceiro em 1992 e 95, antes do seu grande feito, em 1997. Guiando um Mitsubishi Pajero, conseguiu aguentar as areias do deserto e evitar as suas armadilhas, antes de chegar a Dakar como o vencedor, a prikeira grande vitória alcançada por um piloto japonês.

A associação com a Mitsubishi acabou em 2002, não sem antes ter sido segundo em 1998 e terceiro em 2002. Passou para a Nissan, mas logo em 2003 sofreu um acidente sério, capotando a alta welocidade numa duna e sofrendo fraturas faciais. Colocado em coma induzido, acabou por recuperar dos ferimentos e regressou em 2004. O seu último rali foi em 2006, onde terminou num modesto 59º lugar na geral.    

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

A(s) image(ns) do dia






"Hemos sufrido, hemos luchado pero sobre todo, hemos disfrutado. 

¡Qué gran sensación cruzar la meta y poder celebrar con todos aquellos que lo han hecho posible! Gracias de corazón."

(Sofremos, lutamos, mas sobretudo, disfrutamos.

Que grande sensação é cruzar a meta e poder celebrar com todos aqueles que fizeram este momento possível! Muito obrigado, do fundo do coração.)

Estas foram as palavras de Carlos Sainz na sua conta de Twitter (agora X) depois de ter cruzado a meta depois de ganhar o Dakar de 2024, a bordo do seu Audi híbrido. E de uma certa forma - não creio que tenha feito isso - mas até tem um sentido de vingança depois de um dos seus rivais, o qatari Nasser Al Attiyah, ter dito que duvidava que os Audi passassem da quarta etapa... curiosamente, foi ele que ficou cedo pelo caminho.

E ele, aos 61 anos - comemorará os 62 no próximo dia 12 de abril - torna-se no piloto mais velho a ganhar uma corrida sancionada pela FIA, e logo o seu quarto Dakar, mais de 30 anos depois de conseguir o seu bicampeonato do Mundo de ralis, ambos num Toyota Celica. E por momentos, os holofotes são desviados do seu filho, que estava na meta a celebrar o triunfo de "El Matador", seu pai. 

Sempre gostei de Sainz Sr. Há quase 40 anos, no vale do Jamor, na primeira especial do rali de Portugal e 1987, um Ford Sierra Cosworth com as cores da Marlboro España deslumbrava e dava cabo da concorrência dos Lancia, que começava o seu domínio no WRC, com os seus Deltas de Grupo A. Foi mais um espectáculo, mas era um aviso a aquilo que iria fazer. Três anos depois, num Toyota Celica de Grupo A, comemorava o primeiro dos seus dois títulos, e a Espanha tinha alguém para celebrar e colocar o seu país nas bocas do mundo. 

E ao longo dos anos, ele não desiludiu. Mesmo quando ele teve a mais cruel das derrotas, em 1998, com o motor a explodir a 300 metros da meta, na última especial, quando tinha tudo para alcançar o terceiro título mundial, também pela Toyota. E quase 20 anos depois do último rali do WRC, e a sua transição bem sucedida para o Todo o Terreno, e as vitórias no Dakar. E claro, a ascensão do seu filho aos monolugares, até à Formula 1, onde é piloto da Ferrari. 

Aliás, ele disse que estava orgulhoso do feito do seu pai. 

2024 começou bem e agora temos de continuar assim na família Sainz”, disse o piloto da Ferrari. “Não conseguem imaginar o orgulho que temos nele como pai, marido, tudo. Foi um Dakar muito longo, um Dakar muito duro, com todos os tipos de terreno, todos os tipos de etapas, algumas novas como a etapa de 48 horas, que foi muito dura.

Houve de tudo e ele conseguiu superar tudo. Nas etapas chave foi também onde ele esteve melhor, e isso mostra que ele veio muito bem preparado e motivado. O Dakar foi perfeito, ele fez o Dakar mais inteligente que já o vi fazer na minha vida. Soube geri-lo na perfeição e mostrou a sua experiência. Pedi-lhe para não atacar todos os dias porque o Dakar é uma corrida de resistência e ele gosta de atacar. Ele teve de atacar muito para ganhar, mas foi mais inteligente do que todos os outros e geriu a corrida como só ele sabe fazer.

Era um projeto muito ambicioso da Audi, mas à terceira foi de vez. Fizeram um Dakar perfeito, tanto ele como a Audi, e acho que merecem porque foi uma corrida impressionante desde o primeiro dia.”, concluiu. 

Poderemos pensar no "Ano dos Sainz"? Seria fantástico, mas Carlos Jr já não é piloto da Red Bull...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Noticias: Motard morre no Dakar


O piloto espanhol Carles Falcon morreu nesta segunda-feira, uma semana depois de ter caído na segunda etapa do Dakar, a decorrer na Arábia Saudita. O anuncio foi feito pela equipa e família do malogrado motard, que estava a concorrer pela segunda vez na prova. 

Nesta segunda-feira, 15 de janeiro, Carles [Falcón] nos deixou." começou por anunciar o comunicado oficial da sua morte. “A equipa médica confirmou que os danos neurológicos causados pela paragem cardiorrespiratória no momento do acidente foi irreversível."

Carles era uma pessoa sorridente, sempre ativa, que gostava apaixonadamente de tudo que fazia, principalmente de motocicleta. Ele nos deixou fazendo algo que era o seu sonho, correr o Dakar. Ele estava se divertindo, estava feliz na moto. Devemos lembrá-lo pelo seu sorriso e pela felicidade que gerou em todos."

Ele era engenheiro de computação por formação, instrutor de motocicleta e guia de viagens de motocicleta por paixão. São muitos os que aprenderam ao lado dele. Ele ensinou com paciência, energia e alegria, fez com que todos gostassem da moto.Isso é o que ele nos deixou e o que sempre guardaremos conosco, todos nós que estivemos próximos dele, familiares, amigos, colegas e fãs."

À família e à equipa pedimos, por favor, que mantenham a privacidade nos atos de despedida que ocorrerão nos próximos dias. Agradecemos pela compreensão.”, concluiu.

O piloto, que corria num KTM Spec2, caiu na segunda etapa do Dakar, entre Al Henakiyah Al Duwadimi, com 463 quilómetros de extensão, sofrendo um edema cerebral grave e uma fratura na vértebra C2, em cinco costelas, na clavícula e no pulso esquerdo. Evacuado para o centro médico de Riyadh, estava em coma induzido, sendo vigiado pelos médicos até acabar por não resistir à extensão dos seus ferimentos. 

Falcon tornou-se no primeiro motard a morrer nesta edição do Dakar, e o 24º desde o inicio do Rally Dakar, em 1979.  

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

The End: René Metge (1941-2024)


O antigo piloto francês René Metge, um dos maiores vencedores do Rally Dakar, morreu nesta quarta-feira aos 82 anos. Vencedor por três vezes, e um dos primeiros vencedores, quando o rali percorria o deserto do Sahara, rumo a Dakar, acabou também por estar por trás dos bastidores, acabando por dirigir quer o Dakar, quer depois o Paris-Moscovo-Pequim, em 1992 e por fim, a Africa Eco Race, em 2009.

Nascido a 23 de outubro de 1941 na cidade de Montrouge, começou tarde no automobilismo, ao participar em 1971 na Copa Renault 12 Gordini, passando depois para o Super Turismo francês, em 1975, e começado a participar nas 24 Horas de Le Mans, onde conseguiu como melhor resultado um sétimo lugar na edição de 1986, num Porsche 961, ao lado de Claude Ballot-Lena, vencedores da classe GTX da IMSA.

Antes, em 1981, participou no Rally Dakar a bordo de um Range Rower, ao lado do jornalista e piloto Bernard Giroux - que mais tarde seria uma das vítimas do acidente mortal de Didier Pironi, em agosto de 1987, no Needles Trophy, no Reino Unido - acabaria por ser o primeiro a chegar a Dakar, depois de uma cansativa travessia do deserto.

Três anos depois, em 1984, Metge repetiria o feito, ao ganhar a bordo de um Porsche 953, ao lado de Dominique Lemoyne, e a mesma coisa aconteceria em 1986, num Porsche 959, na edição marcada pelo acidente mortal de Thierry Sabine, o fundador e organizador da prova, num acidente de helicóptero no Mali. No ano seguinte, Metge ganhou o Porsche Carrera Cup France.

A partir do final da década, dedica-se aos bastidores dos rally-raids, primeiro o Dakar, depois do Paris-Moscovo-Pequim, mas não deixou de andar dentro dos carros: em 2007, foi o navegador de Yvan Muller no Rally Dakar. 

Para além disso, foi cunhado de um dos grandes comediantes franceses, Coluche - a sua irmã Danielle era casada com ele - que para além dos seus dotes de ator, era um ávido motociclista e que morreu num acidente de estrada em 1986. Nos últimos tempos, era dono de um concessionário de automóveis na sua Montrouge natal. 

domingo, 8 de janeiro de 2023

Youtube Motoring Vídeo: o Audi RSQ e-tron Dakar

Neste dia, onde a Audi perdeu as suas chances de triunfar no Dakar, depois dos problemas que teve Stephane Peterhansel, Mathias Ekstrom e Carlos Sainz Sr, mostra-se por aqui como funciona o modelo RSQ e-tron, um modelo híbrido de 671 cavalos com um motor convencional de 2 litros, vindo do DTM, mais dois motores elétricos, que dão a potência acima referida e a velocidade - e a agilidade - para passar as dunas do deserto saudita.

Se agora sabemos que não será o vencedor deste rally-raid, então mostremos o que ele é, num tempo onde tudo parecia ser prometedor. A história de um projeto que começou do nada 18 meses antes, para se tornar numa máquina capaz de bater a concorrência. Talvez na próxima edição...

O vídeo é do Top Gear.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Feliz Ano Novo a todos!


Hoje é dia 31, e como sabem, a Austrália e a Nova Zelândia já estão no Ano Novo. E então, neste ano que iremos nos despedir, vai ser daqueles que entrará na História, por causa do que aconteceu na Formula 1, por ser o final de uma era nos ralis, e porque vai ser o inicio de outra na Endurance. E claro, por vermos de novo o GP de Portugal. Já repararam nisso? Só faltou termos a Formula E pelas nossas bandas - mas o campeão do mundo era nosso, foi o melhor que se poderia arranjar...

Mas num ano onde tudo foi feito para passar no "Drive to Survive", e onde as pessoas começam a entender que 23 corridas é demais, e as Sprint Races podem ser uma maneira de disvirtuar a Formula 1, mas é um sucesso de público, a temporada é para recordar, para o bem e para o mal. Foi até ao fim, como em 2008. Houve maus da fita e pessoas dos quais se sentiram injustiçados, e ninguém ficou totalmente satisfeito. Ainda por cima, quando sabemos que no ano que vêm... a incerteza é regra. Nem saberemos se vai ser tudo como dantes, ou aparecerão novos protagonistas.

Mas eu sei que 2022 veremos coisas novas nos ralis. Veremos carros novos e... velhos pilotos. Gente que, mesmo não fazendo toda a temporada, ainda andarão numa "reforma ativa" que não passa de alguns ralis selecionados, e que andam em duelo contra uma nova geração. Alguns dirão que eles não sabem sair à hora certa, mas temos de pensar que a esta gente, não lhes basta só o Dakar, também se querem divertir com as máquinas novas, porque títulos, fama e prestigio já os têm, agora, querem é ser felizes.

Portanto, tenho largas expectativas sobre o Monte Carlo de 2022, com Sebastien Loeb no Ford, Sebastien Ogier no Toyota e qual dos outros é que será campeão do mundo. Será o ano do Kalle Rovanpera?

E na Endurance... a Peugeot reentra, mas é apenas a ponta de lança de uma data de marcas que lá estarão a partir do ano seguinte. Gente como Audi, Porsche, Ferrari e outros, e com a unificação dos regulamentos entre os campeonatos europeu, americano e asiático, a ideia de ganhar no mesmo ano Daytona, Sebring e Le Mans volte a ser real. E Fuji, porque não? Mas já sabemos há muito tempo que a Endurance vai entrar numa era dourada. Agora é ver quem levará a melhor, e se qualquer viagem a aquela localidade no centro de França valerá a pena, com toda aquela variedade de carros.

Ah! E ainda teremos o Dakar, a partir de amanhã, e a IndyCar, que está a trair cada vez mais gente. Acho que voltarão os "all rounders", ainda por cima com a Formula E em ação. Vai ser um bom tempo para o automobilismo, tenho a certeza.

Dito isto, só vos posso desejar um bom ano. Que tenham saúde e serenidade para enfrentar os problemas que aparecerão pela frente. Um abraço a todos e Feliz 2022! 

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

O regresso da Ebro


Quem era novo nos anos 80 do século passado (como eu), devem-se lembrar de passar na estrada por carrinhas, tratores e camiões com a marca Ebro, uma marca espanhola com sede em Madrid, mas com fábricas em Barcelona e Ávila, entre outros. Fundada em 1954, construiu veículos sob licença até ser adquirida pela Nissan em 1987, que absorveu a marca.

Agora, um ambicioso projeto de algumas empresas espanholas pretende recuperar a marca... com a ajuda da própria Nissan. Esta vai encerrar a sua fábrica em Barcelona, mas está disposta a dar a estrutura para esta gente começar a construir um todo-o-terreno elétrico, com base no Nissan Navarra.

O plano maior e mais ambicioso é o de criar uma gama de veículos industriais, plataformas para autocarros elétricos e de pequenos camiões, como faziam na sua primeira encarnação. Mas pelo meio, também querem ir ao Dakar, a partir de 2023, com todos-o-terreno elétricos, em parceria com a Acciona, que já tem experiência nessa competição. 

Segundo contam as empresas por trás do projeto, tudo isto irá criar um "hub" de descarbonização, que inclui a produção de pilhas de combustível; a criação de um centro de homologação e certificação de baterias; o fabrico de sistemas de troca de baterias para veículos de micromobilidade; a produção de baterias e a produção de jantes em fibra de carbono. Tudo isto representa um investimento de mil milhões de euros nos próximos cinco anos e a criação de 4000 postos de trabalho diretos e 10 mil postos indiretos.

Veremos no que vai dar. Pelo menos, já está em andamento.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Dakar: Apresentado o Audi RS Q e-ron


A Audi apresentou nesta sexta-feira o seu carro para o Dakar 2022, que vai ser o primeiro híbrido a participar no "rally-raid" que tem lugar na Arábia Saudita. Com três geradores (motores) elétricos MGU, dois para os eixos frontal e traseiro, diretamente oriundos do Audi e-tron FE07 da Fórmula E, e um terceiro para recarregar as baterias, em prova, o carro terá também motor de combustão oriundo do bloco TFSI, ‘campeão’ do DTM.

Com isto, a marca quer ser o primeiro fabricante de automóveis a utilizar uma transmissão eletrificada, em combinação com um conversor de energia para competir pela vitória contra os concorrentes ditos ‘convencionais’ no rali mais difícil do mundo. Julius Seebach, Director Geral da Audi Sport GmbH e responsável pelo desporto automóvel na Audi, espera que este modelo seja uma "pedrada no charco" no todo o terreno mundial.

O quattro foi uma ‘pedra no charco’ para o Mundial de Ralis, a Audi foi a primeira marca a ganhar as 24 Horas de Le Mans com um sistema de transmissão eletrificado. Agora, queremos inaugurar uma nova era no Rali Dakar, e aproveitamos para testar e desenvolver a nossa tecnologia e-tron, em condições extremas”, começou por dizer. “O nosso RS Q e-tron foi criado numa folha de papel em branco em tempo recorde e representa a ‘Na vanguarda da Técnica’ [Vosprung Durch Technik, no original alemão].

Os testes começaram e as duplas de pilotos são conhecidas desde há muito: os franceses Stéphane Peterhansel/Édouard Boulanger, os espanhóis Carlos Sainz/Lucas Cruz e os suecos Mattias Ekström/Emil Bergkvist.

Andreas Roos, responsável pelo projeto Dakar na Audi Sport, afirma que o desafio é enorme - um rally-raid de duas semanas, com etapas até 800 quilómetros cronometrados - mas superável. “O que estamos a tentar fazer, nunca foi feito antes. Este é o derradeiro desafio para um sistema de transmissão elétrica”. Os testes já começaram e o seu programa é intensivo.  

Passaram menos de doze meses desde que o projeto começou oficialmente. Tivemos de iniciar o desenvolvimento enquanto os regulamentos para veículos de propulsão alternada ainda nem sequer tinham sido finalizados. E todo o desenvolvimento teve lugar durante a pandemia. Também não se deve subestimar isso. O que a equipa conseguiu até agora é único. O lançamento foi um momento muito especial para todos”, concluiu Roos.

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Dakar: Audi apresenta trio para 2022


A Audi Sport apresentou este final de semana três ilustres equipas de pilotos para o ambicioso projeto do Dakar, a começar em 2022. As duplas constituídas por Mattias Ekström/Emil Bergkvist (Suécia), Stéphane Peterhansel/Edouard Boulanger (França) e Carlos Sainz/Lucas Cruz (Espanha) competirão pela equipa das quatro argolas no rali mais difícil do mundo, que acontecerá nas areias sauditas entre os dias 2 a 14 de janeiro do ano que vêm.

A máquina, ainda por apresentar, terá um powertrain eletrico para encarar as areias do deserto, uma grande novidade neste tipo de competição e do qual pretendem revolucionar este tipo de provas. A direção da marca afirma esperar que estes pilotos, com um rico palmarés na competição, façam a diferença a favor das suas cores.

Não é exagero falar num dream team”, começou por dizer Julius Seebach, Diretor Geral da Audi Sport GmbH e responsável pelo automobilismo. “O Stéphane é o piloto do Dakar de maior sucesso de todos os tempos. O Carlos é um múltiplo vencedor do Dakar e campeão mundial de ralis. Com Mattias, já comemoramos muitos sucessos na Audi no passado. É um dos pilotos mais versáteis do mundo. Além de muita velocidade, todos eles agregam uma quantidade extrema de conhecimento e motivação à nossa equipa. O mesmo vale para os seus respectivos co-pilotos, que desempenham um papel cada vez mais importante no Dakar.”, concluiu.

No Rally Dakar, o trabalho em equipa e a fiabilidade são cruciais”, disse Sven Quandt, chefe de equipa da Q Motorsport. “Precisas de uma equipa bem unida, um carro super fiável e equipas de pilotos de confiança. Não podes conduzir permanentemente no limite no Rally Dakar. A estratégia certa é crucial. Estou muito feliz que teremos três equipas de renome e fortes competindo por nós. Conhecemos muito bem as suas qualidades.

No final, os pilotos e co-pilotos fazem a diferença no Rally Dakar”, complementou Andreas Roos, que é responsável pelos compromissos de fábrica do automobilismo da Audi Sport. “O facto de termos três equipas de pilotos do mais alto nível é tranquilizador. Podemos colocar uma marca de seleção por trás deste ponto. Agora cabe-nos concluir o desenvolvimento de nosso carro inovador e dar início à revolução energética nos ralis cross-country em janeiro.”, acabou por concluir.

Se Peterhansel e Sainz dispensam apresentações - o primeiro é o piloto mais triunfador no Dakar, e o segundo, para além das vitórias nesta competição, também tem triunfos no WRC - já Ekstrom é praticamente uma novidade. Aos 42, ele têm uma carreira totalmente versátil, que passou pelo DTM - campeão em 2004 e 2007 - para além de ter vencido o Mundial de Rallycross em 2016. Este ano está na Extreme E com uma máquina Cupra, depois de se ter estreado no Rally Dakar.  

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Youtube Motorspot Video: Quem é o pai do Carlos Sainz Jr?

A nova geração, aquela que tem 15 ou 20 anos, que vive fora de Espanha e tem conhecimento limitado de automobilismo, sabe quem é o Carlos Sainz Jr. Mas há uma geração mais velha que entende a razão pelo qual existe um "Junior" depois do nome do piloto de 26 anos: é que uma geração antes, o pai dele foi um dos melhores pilotos de ralis da sua geração. Carlos Sainz foi bicampeão mundial do WRC pela Toyota, em 1990 e 1992, e também um excelente piloto no Dakar, onde aos 59 anos de idade, ainda dá cartas.

E quem conta essa história toda é a Amanda (Mandy) Roldan, que por estes dias decidiu montar o seu canal de Youtube, de seu nome "A Garota do Rali", explicando toda esta fauna automobilística como ela sabe muito bem fazer. Aproveitem, vejam o video, e pelo caminho, inscrevam-se no canal.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A imagem do dia (II)

 

Paulo Gonçalves só desistia se não podia mais. A imagem que escolhi hoje, que passa exatamente um ano da sua morte mostra tudo que ele era: determinado a correr, competitivo, puxado pela adrenalina. Isto aconteceu em 2014, e mostra ele, afastado da sua moto em chamas, chorando porque não podia continuar. Nós, que assistimos ao seu choro, também derramamos lágrimas porque achávamos que aquilo que tinha acontecido tinha sido injusto.

Temos pena que ele nunca tenha vencido um Dakar à geral. Esteve sempre perto, era competitivo, e respeitado pelos adversários. Tanto que este ano, gente como Toby Price e Ricky Brabec, que competiram ao seu lado, colocaram o seu nome e a bandeira portuguesa nos seus capacetes e fatos para homenagear "Speedy" Gonçalves. Porque era bom no que fazia e eles sofriam com ele.

Passado um ano, e em pleno Dakar saudita, vê-se as motos e os carros a passarem pelas dunas e não se deixa pensar nele. Ainda por cima, ele tinha decidido em 2020 que aquele iria ser o seu último em termos competitivos. O destino chegou mais cedo à meta que ele, e é disso que temos saudades, porque sempre que o viamos em cima de uma moto, não interessa de qual marca, ele nos fazia sorrir de orgulho e chorar de tristeza, porque dava tudo.  

domingo, 10 de janeiro de 2021

The End: Hubert Auriol (1952-2021)


Hubert Auriol, uma das lendas do Dakar, o primeiro triunfador em carros e motos, e mais tarde o seu diretor, morreu hoje em Paris, aos 68 anos de idade. Estava internado há mais de dois meses por causa de complicações por causa do coronavírus, mas a causa da sua morte acabou por ser um acidente vascular cerebral. Não se sabe se tinha sido informado que a sua primeira mulher, e mãe das suas três filhas, tinha morrido num acidente de bicicleta há cinco semanas. 

Nascido a 7 de junho de 1952 em Adis Abbeba, na Etiópia, e filho de um engenheiro de caminhos de ferro, regressou a França na adolescência e começou a correr em Enduro aos 21 anos, em 1973, depois de se ter relocalizado para o sudeste de França, e começou a competir no campeonato nacional, chegando até a ser campeão numa categoria de acesso à elite em 1980. Foi por essa altura que começou a participar na prova que o colocaria na ribalta, o Paris-Dakar. Foi um dos participantes na primeira edição de sempre, em 1979, acabando na 12ª posição da geral, e sétimo da classe motos, a bordo de um Yamaha XT500, sendo parceiro de Cyril Neveu.

Dois anos depois, a bordo de um BMW, acabou por triunfar numa BMW R80G/S inscrita pela BMW France, repetindo esse triunfo em 1983. depois de um abandono em 1982. Em 1984, acaba em segundo, atrás do belga Gaston Rahier, e decide abandonar a marca, afirmando que eles o favoreciam. Nos dois anos seguintes, andará de Cagiva, sem resultados de relevo por causa de quedas. Em 1987 passa para a Honda, onde lidera destacado... até cair com as areias de Dakar à vista, partindo ambas as pernas. 

Recuperado do acidente, passou para as quatro rodas, correndo em 1988 com um Mitsubishi Pajero, para depois ser segundo classificado na edição de 1989, atrás de Ari vatanen. Contratado pela Citroen para a sua equipa oficial, a bordo do modelo ZX Rally Raid, acaba por triunfar em 1992, com Philippe Monnet como co-piloto. Será o primeiro a ganhar quer nas duas, quer nas quatro rodas.

Em 1994, Auriol responde positivamente ao convite de fazer parte da Amaury Sports Organization (ASO), que toma conta do Dakar. Em 1995, é o seu diretor, e fica na direção até 2004, altura em que sai e ajuda a criar a Africa Eco Race, ao lado de Jean-Louis Schlesser.

Nos últimos tempos morava em Sursennes, nos arredores de Paris, com a sua mulher e três filhos, e não tinha qualquer relação de parentesco com Didier Auriol, piloto de ralis, campeão do mundo em 1994.  

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Sobre este ano para esquecer


Pessoalmente, a última vez que tive vontade de "pegar num ano" e dar "um chuto no traseiro" foi em 1998. Comecei esse ano com uma apendicite, que depois resultou numa peritonite grave, que afetou os meus intestinos. De meia dúzia de dias, acabei com um mês e meio, incluindo duas semanas nos Cuidados Intensivos, a lutar pela vida, com tubos por quase todos os buracos possiveis. Ter um tubo na uretra não é uma coisa fácil de se ter, mas como não podia levantar e ir à casa de banho, fazer as necessidades, foi um mal necessário. 

Mas afetou-me. Perdi doze quilos, e recuperar a minha normalidade durou muito tempo, quase três anos, até que - paradoxalmente - uma nova operação para tirar trinta centímetros de intestino delgado, fez resolver em grande medida o meu problema de saúde. Até lá, tanto entrava como saía do hospital, por vezes três semanas de cada vez, e viver um dia como se fosse uma benção. Porque a normalidade tornara-se num desejo, numa ilusão. 

Quando voltei a ter isso, tive uns quatro ou cinco anos muito bons, muito felizes, e conheci pessoas que ficaram no meu coração para o resto dos meus dias. E voltei a ter esperança.

Porque conto todo este pormenor pessoal? Porque nunca pensei que, 22 anos depois de um dos piores anos da minha vida, vivesse um ano tão pior como esse. E não fui afetado pessoalmente porque me cuidei. Nunca pensei que passasse por um ano de pandemia, onde as nossas vidas ficassem de cabeça para baixo, que tudo aquilo que conseiderávamos como habituais ou corriqueiros, de repente se tornasse num luxo. As nossas rotinas alteradas, as nossas coisas favoritas a serem adiadas ou canceladas, estar num grupo passou a ser perigoso. 

E a mesma coisa aconeceu na nossa modalidade favorita, o automobilismo.

Poucas foram as coisas que vi acontecer inalteradas. Talvez o Rali de Monte Carlo, porque é em janeiro, numa altura em que a pandemia não era grave, estava restrita à China, e as 24 Horas de Daytona. O resto foi alterado ou cancelado. Não tivemos o GP do Mónaco, a temporada de Formula 1 foi interrompida a horas de começar. Indianápolis e Le Mans aconteceram noutra data, o automobilismo parou por três meses, para ver se o pior da pandemia passava, e quando recomeçou, nunca tivemos tanta vontade de voltar a vê-los de novo. Os carros à volta dos circuitos, os pilotos a competirem na realidade e não virtualmente... voltar a vê-los de novo foi uma vitória. E num novo calendário onde se assitiu ao regresso da Formula 1 a Portugal, mais concretamente ao Autódromo de Portimão, uma estreia absoluta. Demorou doze anos, mas foi uma pandemia que deu a aquele autódromo a chance de se estrear na categoria no qual foi construida. E perante espectadores, momentos antes da segunda onda da pandemia colocar tudo na estaca zero. 

E quando voltou, as coisas regressaram de modo tão veloz como dantes. E pelo menos no meu canto, vi coisas que não esperava ver: alguém como Filipe Albuquerque ganhar um título de categoria quer no WEC, quer nas 24 Horas de Le Mans, ver outra pessoa como António Félix da Costa vencer um campeonato como a Formula E, batendo o seu companheiro de equipa, Jean-Eric Vergne, quer ants, quer depois da interrupção devido à pandemia. E venceu com categoria! 

E por fim, no MotoGP, ver Miguel Oliveira triunfar em duas provas, uma delas em casa, dominando do principio ao fim. A grande tristeza é que foi perante um autódromo vazio. 

Claro, também houve outras tristezas, de gente desaparecida, desde Stirling Moss até Rafaele Pinto, passando por John Paul Jr, Ron Tauranac, a outra metade da Brabham, e Tino Brambilla. Por aqui, perdemos logo no inicio do ano Paulo Gonçalves, no meio do Dakar saudita, Inverno Amaral, campeão de ralis em 1987, e o nosso pioneiro da Formula 1, Mario de Araújo Cabral, o nosso popular "Nicha". Assustamo-nos com Romain Grosjean, no Bahrein, e celebramos a vitória da tecnologia, que o salvou, e também com Alex Zanardi, que teve um acidente grave num passeio nos arredores de Siena, mas vimos que ele conseguiu recuperar o suficiente para ter alguns movimentos. Resta saber até que ponto. 

O que quero para 2021? Essencialmente, que voltemos ao normal. Seria a nossa grande vitória. Largar amarras, voltar a ter a liberdade de conviver, sem obstáculos ou limites. Vacinados e a ver tudo a voltar ao que era dantes. Ver corridas nos dias indicados, e as emoções a acontecerem na pista e não fora dela. Acho que termos mais do que isso será a nossa grande vitória e o nosso regresso à vida.

Dito isto, desejo-vos um Feliz 2021 para todos vocês!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Atores com paixão pelo automobilismo há alguns. Todos conhecem Steve McQueen, morto há 40 anos e que correu algumas provas em 1970, até querendo correr as 24 Horas ao lado de Jackie Stewart, antes da produção vetar a sua participação. E claro, Paul Newman, segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans de 1979, num Porsche 935. Mas Claude Brasseur é menos conhecido. Primeiro, porque é francês. Mas daquilo que ele fez, merece que seja contada a sua história. Pelo menos uma parte dela.

Recuemos até 1979. É Ano Novo, e ele está a assistir à partida do Paris-Dakar, que está na sua primeira edição. Entre os convidados está o belga Jacky Ickx, um dos seus amigos pessoais. Ao assistir à partida de toda aquela gente para as areias argelinas, na competição organizada por Thierry Sabine, Ickx disse, em jeito de provocação: Vamos lá? 

Contudo, poucos dias depois, a piada se tornou séria, e ambos se prepararam para a aventura. Em 1981, levaram um Citroen com eles, Ickx a correr e Brasseur a navegar. Não chegaram ao fim, mas no ano a seguir, trocaram por um Mercedes 280, acabando por triunfar em 1983, quando o belga já era piloto da Porsche na Endurance. A itória bastou para conencer a marca alemã a colocar os seus 911 e depois os 959, nas estradas do deserto, onde René Metge acabou por triunfar em 1984...

Nascido a 15 de junho de 1936, o seu padinho de batismo foi... Ernst Hemingway. Mas ele era filho de Pierre Brasseur, ator, neto de Georges Epinasse, também ator, e bisneto de Jules Brasseur. Seu filho, Alexandre Brasseur, também acabou a atuar, o que faz a sexta geração neste oficio. Atuou em mais de 150 filmes, boa parte deles em França, o que faz uma personagen reconhecível no hexágono, mas par além disso, adorava desporto. Foi membro da equipa de bobsleigh, e queria participar nos Jogos Olimpicos de 1964, em Innsbruck, mas não conseguiu a qualificação. Nos anos 70, Brasseur faia ralis com Simcas e tornou-se amigo de gente como Jacques Laffite e Guy Ligier.

A sua vida privada foi bem interessante. Fez o serviço militar na Argélia, a sua primeira mulher, Peggy Roche, trocou-o... pela escritora Francoise Sagan, e o seu filho Alexandre, para além da carreira cinematográfica, também tem um fraquinho pelo automobilismo, especialmente nas corridas históricas.

Claude Brasseur morreu hoje, aos 84 anos. De qualquer maneira, marcou um tempo pelas suas paixões. Ars lunga, vita brevis.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Noticias: Audi regressa à Endurance e ao Dakar


A Audi anunciou que irá regressar à Endurance com um LMPh, e irá construir um protótipo elétrico para o Dakar, enquanto abandonará oficialmente a Formula E, voltando a entregar a equipa a privados. 

A saída da marca alemã encerrará um ciclo de quatro temporadas como equipa de fábrica, embora tenha estado presente desde o começo da Fórmula E em 2014, como Audi Abt Sport, e pilotos como Lucas di Grassi e Rene Rast no alinhamento. Em contraste, a aposta no endurace surge sem surpresa, na nova era dos Hipercarros e dos LMDh, que abre uma nova janela de oportunidades.

A Fórmula E acompanhou a fase de transformação da Audi. Hoje, a mobilidade elétrica não é mais um sonho no futuro, mas algo do presente. É por isso que estamos dando um passo para o esporte a motor elétrico encarando condições extremas. As muitas liberdades técnicas que o Dakar oferece será o laboratório perfeito para nós”, declarou Markus Duesmann, presidente do Conselho de Administração e Desenvolvimento Técnico da Audi.

A entrada da Audi no WEC seria motivo de regozijo para o ACO que veria assim o seu portfolio de marcas aumentar com mais um nome de peso, a juntar à Toyota e à Peugeot. A experiência acumulada no WEC e a relativa facilidade de montar um programa LMDh, numa plataforma cuja relação custo/benefício é interessante faz todo o sentido para a estrutura germânica, que deverá irá para a pista com o objetivo de conquistar Le Mans, Daytona e Sebring.

Em relação ao Dakar, a partir de 2022 a marca usará um protótipo com motor elétrico, cuja energia será fornecida por um motor de combustão TFSI de alta eficiência.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Dakar: Straver em morte cerebral

Quase uma semana depois do acidente de Edwin Straver, motard holandês de 48 anos, há novidades sobre o seu estado. E infelizmente, não são boas. O piloto, de 48 anos, foi encontrado inconsciente ao quilómetro 120 da 11ª etapa, na quinta-feira passada, e foi transportado em estado critico depois de ter estado dez minutos em paragem cardio-respiratória. Agora, informações vindas do hospital confirmam que o piloto está em morte cerebral.

O piloto foi encontrado e socorrido pelo português Mário Patrão, que na altura, disse no jornal Observador que andou a prestar ajuda até à chegada das equipas médicas.  “Estava a ir no meu ritmo e ao quilómetro 120, enquanto estava a tentar encontrar um waypoint [ponto de passagem obrigatória], vi um piloto caído, chamei de imediato a equipa médica e estive a prestar auxílio até à sua chegada. Senti a pulsação no pescoço dele assim que me aproximei, mas, de repente, deixei de sentir”, contou o piloto de Seia no final dessa tirada.

Piloto amador, Straver tinha vencido a categoria Original by Motul em 2019. Apesar de ainda não ter sido totalmente declarada, arrisca a ser a segunda fatalidade do Dakar depois de Paulo Gonçalves, no passado dia 12, na sétima etapa do Dakar saudita.