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Itapagipe

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 Nota: Para a península homônima localizada em Salvador, veja Península de Itapagipe.

Itapagipe
  Município do Brasil  
Hino
Gentílico itapagipense
Localização
Localização de Itapagipe em Minas Gerais
Localização de Itapagipe em Minas Gerais
Localização de Itapagipe em Minas Gerais
Itapagipe está localizado em: Brasil
Itapagipe
Localização de Itapagipe no Brasil
Mapa
Mapa de Itapagipe
Coordenadas 19° 54′ 32″ S, 49° 22′ 51″ O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Campina Verde, Comendador Gomes, Frutal, Paulo de Faria (SP), Riolândia (SP) e São Francisco de Sales
Distância até a capital 681 km
História
Fundação 27 de dezembro de 1948 (75 anos)
Administração
Prefeito(a) Ricardo Garcia da Silva (Avante, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 1 802,438 km²
População total (https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mg/itapagipe.html

"Censo 2022".)

13,690. hab.
Densidade 0 hab./km²
Clima tropical semi-úmido
Altitude 420 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 38240-000 a 38249-999[1]
Indicadores
IDH (PNUD/2000[3]) 0,788 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 227 733,476 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 15 434,33
Sítio itapagipe.mg.gov.br (Prefeitura)
cmitapagipe.mg.gov.br (Câmara)

Itapagipe[nota 1] é um município na microrregião de Frutal, no estado de Minas Gerais, no Brasil. A população, segundo dados do censo do IBGE[6] 2022/2023 é de 13.690 habitantes e sua área é de 1.802,438 km².[2] Localiza-se às margens do Rio Grande.

História

Na fotografia é possível identificar a casa construída pelo senhor Waldemar Groke, na década de 1940, para servir de moradia a família. No ano de 2012, o prédio foi tombado pelo poder público Municipal e escolhido para tornar-se a Casa de Cultura do Município de Itapagipe.

O atual estado de Minas Gerais era habitado por índios do tronco linguístico macro-jê até a chegada dos bandeirantes, no século XVII[7]. Entre os séculos XVIII e XIX, a região conhecida como Triângulo Mineiro era denominada Caiapônia, pela intensa presença dos povos originários na região, os caiapós. Com a decadência da mineração, nas regiões auríferas da província de Minas Gerais, os geralistas, homens brancos, proprietários de minas de ouro, decidiram explorar o oeste da capitania de Minas Gerais, na busca de terras cultiváveis e de boas pastagens. Conforme parcas fontes documentais e relatos orais, os primeiros habitantes não índios do município de Itapagipe teriam ocupado a região rural, conhecida como Serra da Moeda. Mas, com a doação da fazenda Lageado a Santo Antônio, uma igreja foi erguida às margens do córrego Lageado e, ali, em volta da capela, começaram a surgir as primeiras casas que dariam origem ao povoado de Santo Antônio do Lageado, hoje Itapagipe[8]. Isso atraiu também ex-escravos africanos, europeus, fora os índios que já por aqui viviam. Dessa mistura, surgiu Itapagipe, cujo povo é carregado de traços e costumes multirraciais.

Por volta de 1850, chega, à região onde hoje está o Município, o desbravador Vicente Joaquim da Silva. Atraído pelas planícies às margens do rio Grande e pela qualidade da terra, ele ali se instala e funda uma fazenda.

Em 1880, chegou Antônio Gomes Sobreiro, "casado" com uma índia caiapó cujo nome não é conhecido, que veio para cá atraído pela fertilidade do solo, relevo plano e abundância de água.

Em 1880, doa terras para a fundação de um povoado, que nasce com o nome de Patrimônio de Santo Antônio do Lajeado. Oito anos mais tarde, inicia-se a construção da capela. Em 1938 o povoado fora elevado a distrito, passando a pertencer a comarca da cidade de Frutal. No ano de 1943, o então promotor da cidade de Frutal teria mudado o nome do distrito Lageado para Itapagipe, a justificativa para a mudança seria, segundo o promotor, uma homenagem aos primeiros habitantes dessas terras, o índios Caiapós. A tradução do nome Itapagipe, conforme o promotor naquele período seria ita-pedra e pagipe-dura, esse equívoco na tradução do nome perdurou por mais de sete décadas, somente em 2022, através de uma pesquisa acadêmica foi possível saber que tradução do nome da cidade de Itapagipe no coincidia que tradução do topônimo[9]. O distrito do Lageado, hoje município de Itapagipe, foi emancipado em 27 de dezembro de 1948, tornando-se município[10]. Atualmente se sabe que a tradução do topônimo Itapagipe estava equivocada, equívoco que foi desfeito recentemente.

A tradução do topônimo Itapagipe conforme pesquisadores de línguas indígenas, a exemplo de BUENO[11], NAVARRO e TIBIRIÇA[12] :

Itapajipe – s. De itapé-jy-pe. No rio de laje. Nome de um riacho que corre da montanha, [...] no rio da pedra, da laje. (BUENO, 2014, pgs. 173 e 603).

Itapagipe - de e itá + peb + íy + pe: no rio da pedra achatada, no rio da laje.(NAVARRO, 2013, p. 573).

Itapgipe - cid. de Minas Gerais; de itapé-y-pe, no rio da laje. Nota: o y tupi é longo (yy), quase pronunciado como jy. (TIBIRIÇA, 1985, p.66).

Diante das notas dos estudiosos e pesquisadores de línguas nativas, podemos concluir que a tradução do nome da cidade de Itapagipe é Rio de Laje, e não pedra dura, pois, geralmente toda pedra é dura.

Sua população em 2010 era de 13 656 habitantes.[13] A área é de 1.802,438 km² e a densidade demográfica, de 8,5 habitantes por quilômetro quadrado.[2]

O municípios limítrofes são Campina Verde a noroeste e norte, Comendador Gomes a nordeste, Frutal a sudeste, os paulistas Paulo de Faria e Riolândia a sul e São Francisco de Sales a oeste.

Notas

Referências

  1. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  2. a b c Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_Cidades
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 
  5. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2003. 463 p.
  6. «Itapagipe (MG) | Cidades e Estados | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 23 de junho de 2024. Cópia arquivada em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗 
  7. Revista de história.com.br. Disponível em https://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/o-ouro-vermelho-de-minas-gerais Arquivado em 24 de junho de 2013, no Wayback Machine.. Acesso em 13 de maio de 2013.
  8. https://www.itapagipe.mg.gov.br
  9. Barbosa,, Maria Rita de Jesus. «História do equívoco na tradução do Topônimo Itapagipe.» (PDF). Anais. X Seminário Nacional do Centro de Memória-Unicamp – Independência ou Morte? Memórias do Brasil (1822-2022). ISSN 2175-8468 
  10. Secretaria da Cultura em: 1 de outubro de 1999 - https://www.itapagipe.mg.probrasil.com.br
  11. BUENO,, Silveira. (2014). Vocabulário TUPI-GUARANI PORTUGUÊS. São Paulo: VIDALIVROS. pp. 163–603 
  12. TIBIRIÇa, Luiz Caldas (1985). Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi: Significado dos nomes geográficos de origem tupi. São Paulo: Traço Editora. p. 66 
  13. «Censo 2010 IBGE - População» (PDF). Censo 2010. IBGE.gov.br. Consultado em 9 de agosto de 2010 

Ligações externas

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