Carlos Santos (político)
Carlos da Silva Santos | |
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Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul | |
Período | 1971 até 1982 |
Deputado Estadual do Rio Grande do Sul | |
Período | 3 de março de 1959 até 31 de janeiro de 1963 |
Período | 1963 até 1975 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 9 de dezembro de 1904 Rio Grande, Rio Grande do Sul |
Morte | 8 de maio de 1989 (84 anos) Porto Alegre, Rio Grande do Sul |
Partido | PTB MDB |
Carlos da Silva Santos (Rio Grande, 9 de dezembro de 1904 — Porto Alegre, 8 de maio de 1989) foi um sindicalista, jornalista e político brasileiro, o primeiro negro a ser eleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e a ocupar o governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Filho de Manoel Ramão dos Santos e de Saturnina Bibiana da Silva Santos, foi o caçula de cinco filhos.[1] O pai era carpinteiro e faleceu quando Carlos tinha poucos meses de vida, a mãe era professora de música e organista, tocava nas festas e cerimônias católicas.[1]
Deixou a escola cedo, seguindo o ofício de mecânico.[1] Foi membro dos Círculos Operários Católicos e participou intensamente do movimento sindical ligado à legislação trabalhista posterior a Revolução de 1930, fundando em Rio Grande o Sindicato dos Operários Metalúrgicos, do qual foi seu primeiro Presidente e mais tarde o seu Secretário-Geral.[1] Organizou o Sindicato dos Operários Metalúrgicos do Rio Grande e também contribuiu para a criação da Frente Sindicalista Gaúcha.[1] Casou em 1929 com Julieta Bolleto com quem teve cinco filhos.[1]
Entre 1931-34 trabalhou no estaleiro naval Plano Inclinado RioGrandense, pertencente à empresa de Luís Ângelo Loréa.[1] Em 1936, participou da fundação do Centro Cultural Marcílio Dias, voltado à população negra, dedicado ao combate ao analfabetismo.[1]
Em 1935 foi eleito deputado classista do Brasil, sendo empossado na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, no 1° pleito classista estadual, representando os trabalhadores da indústria do Rio Grande do Sul.[1] Em 1937 publicou o livro Sucata que reúne sua autobiografia e discursos, com prefácio de Walter Spalding.[1]
Com o Estado Novo, perdeu o cargo de deputado classista, retornou para Rio Grande e passou a colaborar com os jornais Rio Grande e O Tempo, assumindo como correspondente do Diário de Notícias de Porto Alegre e Diário da Noite do Rio de Janeiro, mais tarde tornou-se chefe de redação do jornal Rio Grande.[1]
Retornou aos estudos e completou o 3º e 4º ano Secundário no Colégio do Rosário, realizou o Segundo Ciclo (Clássico) no Ginásio Lemos Júnior, bacharelando-se em Letras em 1945 e no ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito de Pelotas, completando o curso em 1950, com 46 anos de idade.[1]
Com o retorno das eleições em 1946, concorreu a deputado estadual pelo PSD e ficou como suplente, sendo chamado em 1949 para ocupar o cargo por alguns dias.[1]
Foi eleito, em 3 de outubro de 1958, deputado estadual, pelo PTB, para a 41ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1959 a 1963.[1][2]
Foi reeleito em 1963, na condição de suplente, e novamente em 1967, desta vez eleito pelo MDB, uma vez empossado foi eleito presidente da Assembleia Legislativa.[1] Durante esse período chegou a assumir o governo do Estado, durante viagem do então intervento estadual.[1]
Foi o primeiro negro a ser eleito presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul e a ocupar o governo do Estado do Rio Grande do Sul.[1] Foi reeleito para o período de 1971 a 1975.[1]
Concorreu a Deputado Federal sendo eleito para o mandato para o período de 1975 a 1978, reeleito para o período de 1979 a 1982.[1] Foi defensor dos trabalhadores, do menor abandonado, da criança excepcional, entre outros.[1] Recebeu do Vaticano a medalha Pro Ecclesia et Pontífice; a Comenda de Grande Oficial da Ordem de Rio Branco; a Comenda de Grande Oficial da Ordem do Congresso Nacional, entre outros.[1]
Está enterrado no Cemitério Ecumênico João XXIII.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v TORRES, Luiz Henrique (2004). «Carlos Santos: trajetória biográfica». Porto Alegre: CORAG. 220 páginas. Consultado em 26 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- ↑ HEINZ, Flávio M.; VARGAS, Jonas Moreira; FLACH, Angela, MILKE, Daniel Roberto. O Parlamento em tempos interessantes: breve perfil da Assembléia Legislativa e de seus deputados – 1947-1982, Porto Alegre: CORAG, 2005.
- Nascidos em 1904
- Mortos em 1989
- Alunos da Universidade Federal de Pelotas
- Deputados estaduais do Rio Grande do Sul
- Presidentes da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
- Deputados federais do Brasil pelo Rio Grande do Sul
- Jornalistas do Rio Grande do Sul
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro (1966)
- Naturais de Rio Grande (Rio Grande do Sul)
- Grandes-Oficiais da Ordem de Rio Branco
- Membros do Partido Trabalhista Brasileiro (1945)
- Políticos afro-brasileiros