Aviação ligeira militar
Aviação ligeira militar | |
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Dois helicópteros, um OH-58 e um AH-64 Apache, da aviação do exército dos Estados Unidos. | |
Descrição | |
A aviação ligeira militar, aviação de cooperação com o exército ou aviação do exército é o ramo da aviação militar que opera normalmente helicópteros e aviões ligeiros, em apoio direto e sob o controle das forças terrestres. A designação "aviação de cooperação com o exército" é usada frequentemente quando a aviação ligeira militar faz parte da força aérea de um país. No entanto, na organização das forças armadas de muitos países, a mesma está integrada no exército, ao invés de na força aérea propriamente dita, caso em que é normalmente referida como "aviação do exército". Alguns países dispõem também de unidades separadas de aviação dedicadas especificamente ao apoio da infantaria naval, as quais têm caraterísticas muito semelhantes às da aviação do exército, fazendo parte da marinha ou da própria infantaria naval.[1][2][3]
Funções
[editar | editar código-fonte]Dependendo do país, a aviação ligeira militar desempenha uma ou mais das seguintes funções:
- Ligação, observação, controle de artilharia e controle aéreo avançado.
- Evacuação sanitária.
- Luta anticarro e apoio de fogo.
- Reconhecimento, vigilância do campo de batalha e guerra eletrônica.
- Apoio logístico.
- Transporte de assalto.
- Busca e salvamento.
- Instrução aeronáutica.
Aeronaves utilizadas
[editar | editar código-fonte]Para desempenhar sua missão, a aviação ligeira utiliza normalmente aviões ligeiros e helicópteros, principalmente:
- Helicópteros de ataque - usados para apoio de fogo cerrado às forças de superfície e luta anticarro.
- Helicópteros de transporte - usados no suporte logístico das forças de superfície e em transporte de assalto.
- Helicópteros de observação - usados para observação de artilharia, controle aéreo avançado e vigilância do campo de batalha.
- Helicópteros utilitários - adaptáveis ao uso em múltiplas missões, incluindo apoio de fogo, transporte, busca e salvamento, evacuação médica e instrução.
- Aviões de ligação - usados para reconhecimento, observação de artilharia, posto de comando volante, comunicações, evacuação médica e instrução.
- Aviões de vigilância - usados para a vigilância do campo de batalha, comando e controle, e guerra eletrônica.
Organização
[editar | editar código-fonte]Conforme a organização das forças armadas de um determinado país, a aviação ligeira pode estar integrada à respectiva força aérea ou ao ramo de superfície diretamente apoiado (exército e infantaria naval).[nota 1]
História
[editar | editar código-fonte]Entre as primeiras funções da aviação militar, estavam as que são hoje as principais funções da aviação ligeira militar, entre as quais a observação do tiro de artilharia e o reconhecimento do campo de batalha. Essas funções eram asseguradas inicialmente através do uso de balões de observação e posteriormente através do uso de aviões. A aviação militar evoluiu posteriormente no sentido de assegurar outras missões (combate aéreo, bombardeamento, transporte aéreo estratégico, etc.), mas manteve sempre as missões originais de cooperação com as forças terrestres.
No período que vai entre o final da Primeira Guerra Mundial e o início da Segunda Guerra Mundial, países como o Reino Unido, a França, a Itália e o Chile criaram as primeiras forças aéreas independentes, normalmente resultantes da fusão das anteriores aviações do exército e marinha. Contudo, a tendência para a existência de forças aéreas independentes só se alargou à maioria dos outros países após a Segunda-Guerra Mundial. Após de forças aéreas independentes, a maioria dos países atribuiu áquelas as funções de cooperação com as forças terrestres. Contudo, alguns exércitos optaram por manter aviões ligeiros próprios, com o fim de melhor controlarem a atividade de observação e controlo aéreo da sua artilharia. Pelas suas funções, esses aviões integravam normalmente as unidades de artilharia de campanha, sendo inclusivamente tripulados por oficiais desta arma, treinados como pilotos e observadores aéreos.
Nas décadas de 1950 e 1960, o conceito de emprego da aviação do exército foi alargado para além do simples apoio à artilharia, sobretudo a partir do momento em que começaram a ser empregues helicópteros. Entre as novas missões estavam a evacuação sanitária, a luta anticarro, o apoio de fogo e o transporte de assalto. No início da década de 1960, por exemplo, a Aviação do Exército dos EUA estava equipada com aviões pesados de transporte e chegou a ponderar o uso de caças-bombardeiros, assumindo funções que até aí eram da exclusividade da força aérea.
Diferentes países adoptaram um dos seguintes três tipos de organização para a sua aviação ligeira militar: mantiveram-na totalmente integrada na força aérea, totalmente integrada no exército ou dividida entre ambos os ramos. A organização escolhida teve sobretudo a ver com a doutrina militar em vigor no país, mas também com a quantidade de investimento que o país estava disposto a fazer nas suas forças armadas. Normalmente, os países com uma doutrina inspirada na dos EUA e dispostos a investir grandemente nas suas forças armadas optam pela integração total ou quase total da aviação ligeira no exército.
Lista de aviações ligeiras militares não integradas a forças aéreas
[editar | editar código-fonte]País | Designação original | Designação em português | Subordinação | Observações |
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Alemanha | Heeresfliegertruppe[4] | Corpo de Aviação do Exército[4] | Exército Alemão | |
Argentina | Comando de Aviación del Ejército | Comando de Aviação do Exército | Exército Argentino | |
Austrália | Australian Army Aviation | Aviação do Exército Australiano | Exército Australiano | |
Bélgica | Aviation légère de la force terrestre | Aviação Ligeira da Força Terrestre | Força Terrestre Belga | Transferida para a Componente Aérea (força aérea) em 2004 |
Brasil | Aviação do Exército | - | Exército Brasileiro | |
Chile | Brigada de Aviación del Ejército | Brigada de Aviação do Exército | Exército do Chile | |
Colômbia | Aviación Ejército | Aviação Exército | Exército Nacional da Colômbia | |
Coreia do Sul | 항공작전사령부 | Comando de Operações Aéreas | Exército da República da Coreia | |
Dinamarca | Hærens Flyvetjeneste | Serviço Aéreo do Exército | Exército Dinamarquês | Transferido para a Força Aérea em 2003, constituindo a Eskadrille 724 |
Equador | Aviación del Ejército | Army Aviation | Exército do Equador | |
Espanha | Fuerzas Aeromóviles del Ejército de Tierra | Forças Aeromóveis do Exército de Terra | Exército de Terra Espanhol | |
Estados Unidos | Aviation Branch | Arma de Aviação | Exército dos Estados Unidos | |
Estados Unidos | Marine Aviation | Aviação dos Marines | Corpo de Marines dos Estados Unidos | Para além de elementos de aviação ligeira militar, inclui também elementos de aviação de caça e de transporte pesado |
Finlândia | Helikopteripataljoona | Batalhão de Helicópteros | Exército da Finlândia | |
França | Aviation légère de l'armée de terre | Aviação Ligeira do Exército de Terra | Exército de Terra Francês | |
Grécia | 1η Ταξιαρχία Αεροπορίας Στρατού | 1ª Brigada de Aviação do Exército | Exército da Grécia | |
Índia | Army Aviation Corps | Corpo de Aviação do Exército | Exército Indiano | |
Indonésia | Pusat Penerbangan Angkatan Darat | Centro de Aviação da Força Terrestre | Exército Nacional Indonésio - Força Terrestre | |
Irão | هوایی ارتش | Aviação do Exército | Exército da República Islâmica do Irão | |
Itália | Aviazione dell’Esercito | Aviação do Exército | Exército Italiano | |
Japão | 陸上自衛隊航空科 | Aviação da Força de Autodefesa Terrestre | Força de Autodefesa Terrestre do Japão | |
Malásia | Pasukan Udara Tentera Darat | Aviação do Exército | Exército da Malásia | |
Paquistão | Army Aviation Corps | Corpo de Aviação do Exército | Exército do Paquistão | |
Peru | Aviación del Ejército | Aviação do Exército | Exército do Peru | |
Portugal | Unidade de Aviação Ligeira do Exército | - | Exército Português | Não ativada |
Reino Unido | Army Air Corps | Corpo Aéreo do Exército | Exército Britânico | |
Reino Unido | Commando Helicopter Force | Força de Helicópteros Comando | Marinha Real Britânica | Unidade da aviação naval dedicada especificamente apoiar os Royal Marines |
Suécia | Arméflyget | Aviação do Exército | Exército Sueco | Transferida para a Força Aérea em 1998 |
Turquia | Kara Havacılık Komutanlığı | Comando de Aviação do Exército | Exército Turco | |
Venezuela | Aviación del Ejército | Aviação do Exército | Exército Nacional da Venezuela |
Imagens
[editar | editar código-fonte]Notas
[editar | editar código-fonte]- ↑ Regra geral, mesmo que a aviação ligeira esteja integrada à força aérea, nas circunstâncias em que coopera com as forças de superfície ela fica sob controle operacional das mesmas.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Aviação do Exército Brasileiro
- Unidade de Aviação Ligeira do Exército
- Aviação militar
- Aviação Naval
- Ciência militar
- Interdição aérea
- Luta antissuperfície
Referências
- ↑ Allen, Matthew (1993), Military helicopter doctrines of the major powers, 1945-1992. Making decisions about air-land warfare, ISBN 0-313-28522-5, Westport (CT): Greenwood
- ↑ Gunston, Bill (1981), An illustrated guide to military helicopters, ISBN 0-668-05345-3, New York: Arco Publishing
- ↑ Halberstadt, Hans (1990), Army Aviation, ISBN 0-89141-251-4, Novato (CA): Presidio
- ↑ a b Página oficial do Corpo de Aviação do Exército alemão (em alemão). Acesso em 7 de fevereiro de 2013.