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Índice de Complexidade Econômica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Classificação no Índice de Complexidade Econômica (2015)

O Índice de Complexidade Econômica (ICE) é uma medida holística das capacidades produtivas de grandes sistemas econômicos, geralmente cidades, regiões ou países. Em particular, o ICE busca explicar o conhecimento acumulado em uma população e que se expressa nas atividades econômicas presentes em uma cidade, país ou região. Para atingir este objetivo, o ICE define o conhecimento disponível num local como o conhecimento médio das atividades nele presentes, e o conhecimento de uma atividade como o conhecimento médio dos locais onde essa atividade econômica é desenvolvida. O equivalente do Índice de Complexidade Econômica para produtos é o Índice de Complexidade do Produto ou ICP.

A maior complexidade econômica em comparação ao nível de renda do país impulsiona o desenvolvimento econômico. Muitos países de baixa renda, incluindo Bangladesh, Venezuela e Angola, não diversificaram seu know-how e enfrentam perspectivas de baixo crescimento. Outros, como Índia, Turquia e Filipinas, adicionaram com sucesso capacidades produtivas para entrar em novos setores e impulsionarão o crescimento nos próximos anos.[1]

O ICE foi desenvolvido por Cesar A. Hidalgo, do MIT Media Lab e Ricardo Hausmann, da Kennedy School of Government da Universidade de Harvard. Os dados do ICE estão disponíveis no The Observatory of Economic Complexity. A formulação original do Índice de Complexidade Econômico foi publicada no Proceedings of The National Academy of Sciences em 2009.[2]

Em sua definição matemática estrita, o ICE é definido em termos de um autovetor de uma matriz conectando países a países, que é uma projeção da matriz conectando países aos produtos que exportam. Como o ICE considera informações sobre a diversidade de países e a onipresença de produtos, ele é capaz de produzir uma medida de complexidade econômica contendo informações sobre a diversidade das exportações de um país e sua sofisticação. Por exemplo, o Japão ou a Alemanha, com ICEs elevados, exportam muitos bens de baixa ubiquidade e que são produzidos por países altamente diversificados, indicando que se tratam de economias diversificadas e sofisticadas. Países com ICE baixo, como Angola ou Zâmbia, exportam apenas alguns produtos, que são de relativamente elevada ubiquidade e que são exportados por países não necessariamente muito diversificados, indicando que são países com pouca diversidade e que os produtos que têm exportação não são muito sofisticados.

Hidalgo e Hausmann propõem o conceito de ICE não apenas como uma medida descritiva, mas também como uma ferramenta preditiva do crescimento econômico e da desigualdade de renda. De acordo com os modelos estatísticos apresentados em seu Atlas of Economic Complexity (2011),[3] o ICE é um preditor mais preciso do crescimento do PIB per capita do que as medidas tradicionais de governança, competitividade (Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial) e capital humano (medida em termos de realização educacional). O ICE também mostra uma forte correlação negativa com a desigualdade de renda, sugerindo que estruturas produtivas mais intensas em conhecimento são mais inclusivas em termos de distribuição de renda e fornecendo uma explicação estatisticamente mais poderosa das variações nacionais na desigualdade de renda do que a Curva de Kuznets.[4]

Referências

  1. «India tops list of fastest growing economies for coming decade: Harvard study». The Economic Times. 4 de maio de 2020. Consultado em 31 de outubro de 2020 
  2. Cesar A. Hidalgo, Ricardo Hausmann (2009). «The Building Blocks of Economic Complexity». PNAS. Proceedings of the National Academy of Sciences. 106: 10570–10575. Bibcode:2009PNAS..10610570H. PMC 2705545Acessível livremente. PMID 19549871. arXiv:0909.3890Acessível livremente. doi:10.1073/pnas.0900943106 
  3. Ricardo Hausmann, Cesar Hidalgo; et al. «The Atlas of Economic Complexity». Puritan Press, Cambridge MA. Consultado em 26 de abril de 2012. Cópia arquivada em 18 de maio de 2012 
  4. Dominik Hartmann, Miguel Guevara, Cristian Jara-Figueroa, Manuel Aristaran, Cesar Hidalgo (2018), «Linking Economic Complexity, Institutions, and Income Inequality», World Development, 93: 75–93, arXiv:1505.07907Acessível livremente, doi:10.1016/j.worlddev.2016.12.020