São Paulo, domingo, 9 de fevereiro de 1997
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Seat Ibiza é o "primo" espanhol do Gol

LUCIANO SOMENZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O que levaria um cliente indeciso a optar pelo importado espanhol Seat Ibiza GLX em lugar de um Volkswagen Gol GLi ou de um Fiat Palio 16V, por exemplo? A julgar pelo teste feito pela Folha e pelo Instituto Mauá de Tecnologia com o compacto espanhol, muito pouca coisa.
O Ibiza é um hatchback (modelo que tem carroceria sem porta-malas saliente) com motor de 1.800 centímetros cúbicos (cc), que chegou ao Brasil em 1995 para disputar o competitivo mercado dos compactos, dominado pelo Gol, Palio, Corsa e Fiesta.
Na Espanha, é um conhecido sucesso de vendas. No Brasil, é como se não existisse -ainda não emplacou-, mesmo tendo o preço como bom atrativo. Sem opcionais, o Ibiza custa US$ 18,1 mil (preço sugerido pela importadora), mais barato que o Gol GLi (R$ 19,7 mil) e o Palio 16V (R$ 19,1 mil).
A montadora espanhola Seat pertence ao grupo Volkswagen, o que significa dizer que a tecnologia empregada no Ibiza leva a tradição da marca alemã.
É por isso que o carro é correto em muitos aspectos. Mostra agilidade no trânsito urbano, tem bancos envolventes e confortáveis e desempenho compatível com o seu tamanho.
A semelhança com o seu "primo" Gol é notória. Seria muito melhor se o Ibiza levasse também consigo os pontos positivos presentes no nacional da Volkswagen.
Injeção monoponto
A injeção eletrônica do espanhol é do tipo monoponto (apenas um bico injeta gasolina nos cilindros), menos eficiente. No Brasil, nem os modelos "populares", exceto o Uno Mille e a Kombi, usam mais esse sistema de alimentação.
Veja um exemplo: o Corsa GL, que tem motor menor (1.600 cc) com injeção multiponto, acelerou no teste Folha/Mauá de 0 a 100 km/h em 10,9 segundos. O Ibiza demorou 13,13 segundos.
O câmbio é outra falha do Ibiza. A alavanca tem o curso muito longo, que dificulta as mudanças rápidas de marcha, característica imprópria para um automóvel de uso urbano. Os engates também poderiam ser melhores. A segunda marcha só entra com relutância.
No painel, os instrumentos estão bem distribuídos, com exceção dos acionadores dos vidros laterais. Em ruas acidentadas, os ruídos fazem supor que há alguma coisa solta dentro dele.
Outra coisa que incomoda, é o constante roçar da perna direita do motorista no complemento lateral do console. O espaço para as pernas poderia ser um pouco maior.

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