ANO II - EDIÇÃO 14 - SETEMBRO/2024
Distribuição gratuita em pdf
Encontros de
Colecionismo
incentivam o público
jovem e
novos colecionadores
Nesta edição:
Lançamentos literários na
Numismática
Você sabe o que são Patacões?
A Doença do Bronze
Como iniciar uma coleção de Selos
e muito mais...
Editor
Rubens Lovison Junior
Articulistas
Anderson Muraro Vanini (Dan)
David Gonçalves Elorriaga
Edil Gomes
Rubens Lovison Junior
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Sérgio Lanzoni
Capa
Rubens Lovison Junior
Hotel Ibis Styles - Bauru
5ª Encontro de Colecionismo de Bauru
Apoio Design Gráfico
Rafael Guimaro Lino
Os artigos assinados são de inteira
responsabilidade dos autores e não
representam a opinião da revista
Colecionismo
Revista Colecionismo
Esta é uma publicação voltada ao
mundo do colecionismo. Distribuição
gratuita em PDF. Autorizado o seu
compartilhamento, sem alteração de sua
formatação original.
Jornalista Responsável
Rubens Lovison Junior
MTB 22.093
Colecionador
Numismata
Organizador de Eventos
Setembro/2024
Rubens, ao lado de Josmar Rodrigues e da gerente do Ibis Styles Hotel, local do 5º Encontro de
Colecionismo de Bauru
EDITORIA
A Revista
Colecionismo
passou
por
uma
nova
formulação
a
traz
aos
nossos leitores uma configuração com
um leiaute mais leve e mais agradável.
Essa é uma revista online voltada ao
colecionismo e a nossa intenção é divulgar
essa prática entre todos os seus apreciadores,
colecionadores e aos que querem conhecer um
pouco mais desse mundo mágico que nos remete
ao passado e à uma viagem no tempo.
Não visamos lucros com a revista, que conta
com a colaboração de muitos amigos que
compartilham os seus conhecimentos e suas
experiências nas matérias publicadas.
O nosso objetivo é poder trazer, a cada bimestre,
informações importantes que sirvam de referencial
para muitos na arte do colecionismo.
Rubens Lovison Junior
Editor-chefe da revista
É um espaço aberto aos nossos leitores e hoje
a Colecionismo já é uma realidade. Ela está
presente em todo o Brasil e fora dele, uma vez
que vem sendo compartilhada, gratuitamente,
entre grande parte de seus leitores.
Atualmente o nosso foco principal é a Filatelia e
a Numismática, mas queremos também publicar
matérias de outras áreas do colecionismo.
E para isso acontecer é importante a
participação de todos.
As matérias, com uma a duas laudas ( entre 30
e 60 linhas) poderão ser enviadas com fotos
no e-mail rlovisoncedulasemoedas@gmail.
com ou para
[email protected]
É importante enviar junto com a matéria
uma foto do autor, com seus dados e suas
experiências no colecionismo.
rev is t a C o lec i on i sm o
Encontros incentivam os novos
colecionadores e o público jovem
Rubens Lovison Junior
Nos últimos anos houve um crescimento muito
grande nos eventos de colecionismo, que passaram a
ser realizados em quase todos os Estados de nosso
país e fora do Brasil.
Além de facilitar a comercialização de objetos e peças,
é também um incentivo para muitos colecionadores,
que antes precisavam se deslocar para os grandes
centros para adquirirem aquelas peças mais difíceis
de serem encontradas.
Um fato interessante que temos observado é a presença
de muitos jovens e crianças, os quais são incentivados
pelos seus pais para entrarem neste mundo mágico do
colecionismo.
Eles serão os futuros Numismatas e Filatelistas,
que continuarão o processo de preservar a história e
manter viva, fisicamente por meio de suas coleções,
peças e objetos que já não fazem mais parte de nosso
dia a dia.
É importante que os participantes desses encontros,
principalmente os comerciantes, incentivem esses
jovens ao colecionismo e criem ferramentas que
facilitem a aquisição de novas peças para esses
colecionadores, principalmente aquelas peças mais
baratas, lembrando que no futuro serão eles os que
irão comprar as mais caras e mais difíceis e farão
parte de sua carteira de clientes.
Entre os dias 15 e 18 de agosto, Bauru realizou o seu
5º Encontro de Colecionadores, evento promovido
pelo jornalista, editor desta revista Colecionismo,
colecionador e Numismata Rubens Lovison Junior
e por Josmar Rodrigues da Costa, que além de
Autoridades presentes no cerimonial de
abertura do 5º Enconro de Colecionismo
de Bauru. A partir da esquerda, Josmar
Rodrigues, da organização do evento, o
secretário da Cultura de Bauru, Paulo
Eduardo Campos, o prefeito municipal
de Duartina, Aderaldo Pereira de Souza
Junior, o presidente do Clube Filatélico
e Numismático de Bauru, Fabrício
Nefersan e o mestre de cerimonias e
membro da organização do evento,
Rubens Lovison Junior
colecionador e Numismata é um comerciante
numismático (Espaço Coleções, de Duartina) muito
conhecido em todo o país.
Eles também organizam o encontro de colecionismo
na cidade de Marília, distante cerca de 80 quilômetros
de Bauru e que este ano teve sua primeira edição.
Mais uma vez, a cidade contribuiu para o colecionismo
e recebeu a visita de muitas pessoas procedentes de
diferentes Estados e cidades do interior de São Paulo.
O evento tem o apoio da Secretaria da Cultura do
município e diversas instituições conceituadas da
cidade, fazendo parte do calendário anual da SNB –
Sociedade Numismática Brasileira.
O Clube Filatélico e Numismático de Bauru esteve
presente no evento por meio de seu presidente,
Fabrício Nefersan, que além da participação com
uma das mesas de comercialização também foi
homenageado no cerimonial de abertura do evento.
Nesta edição, trazemos algumas imagens desse
evento, considerado um dos mais bem realizados em
cidades do interior.
Foi feito uma grande propaganda do evento nas redes
sociais e nas mídias durante os meses que antecedem
o encontro e com uma contribuição importante de
muitos colecionadores que compartilham essas
divulgações.
Sem essas participações provavelmente não teríamos
o resultado que alcançamos a cada ano e a cada evento
realizado em Bauru. Somos uma equipe muito unida
com um objetivo único de incentivar e promover a
arte de colecionar em todos os cantos do Brasil.
Colecionador-mirin de Bauru, Pedro Rosa Foloni,
12 anos, acompanhado por sua mãe, Mayra
Foloni. No centro, o diretor administrativo da
SNB e comerciante Numismático, Hélio César
Xavier e à direita, o organizador do 5º Encontro de
Colecionismo de Bauru, jornalista Rubens Lovison
Junior
Colecionador-mirin de Marília, Davi Lopes
Falacida, também marcou presença no evento
de Bauru
Ao lado, Claudemir , da Claudemir
Coleções,
Rubens
Lovison,
Antonio Guímaro, de Bauru,
Roberto Russo e Luis Eduardo,da
Via Coins.
Acima, um dos momentos do
evento em Bauru, que recebeu um
grande público durante os seus 4
dias de realização.
Cédulas fantasias do evento de Bauru e marcador de págimas distribuidas aos visitantes
e colecionadores. A da esquerda traz a imagem do prefeitode Bauru em 1924 e a da
direita, o primeiro Intendente do município. No anverso delas, a imagem da locomotiva
símbolo da NOB. São réplicas estilizadas de duas cédulas da revolução de 1932
7
Literatura Numismática
rev is t a C o lec i on i sm o - Set emb ro 2 024
Catálogo ilustrado Moedas com Erros 4 - Edição 2025
O Catálogo Moedas com Erros, de
Edl Gomes, tem sido uma ferramenta
importante para os colecionadores
desse segmento. Com isso, foi
ampliado ainda mais o seu conteúdo,
incluindo na nova edição as moedas de
de Réis de 1918 até as atuais do plano
Real.
Houve uma grande atualização
de fotos, valores, datas, dicas e
informações. O novo catáogo conta ainda com os valores
para comercialização das moedas de circulação oficial sem
erros (MBC, SOB e FC) do período abrangido em suas
páginas ficando mais amplo, gerando o interesse para se
fazer séries e com um catálogo de preços conjugado.
Em síntese, podemos afirmar que o Catálogo é um ótimo
investimento para quem coleciona ou manuseia moedas
diariamente e serve como apoio para a organização de uma
coleção por tipos e anos. Além disso, ele traz informações
relevantes para se conhecer com maior profundidade o
segmento da Numismática das moedas com erros e ficar
mais atento às oportunidades atuais do mercado, seja para
colecionar, comprar ou vender moedas.
São mais de 200 páginas, inteiramente ilustrado com
fotos. O lançamento desse novo catálogo deverá ocorrer
na primeira semana de dezembro.
Medalha do Império do Brasil é tema de livro
Cada peça da nossa coleção, seja
ela moeda, cédula ou medalha
tem a sua história, seja pelo
homenageado, período em que
foi produzida, gravador, a quem
pertenceu, ou mesmo de forma
afetiva que nos prende, agregando
assim o valor sentimental, histórico
ou comercial.
Uma dessas histórias está ligada a uma medalha de
41mm do Império, cunhada em 1867 na Casa da Moeda
do Brasil, que se destaca entre as demais, única do tipo
no Brasil, pela forma que foi criada.
Em um trabalho de pesquisa dos numismatas Edil
Gomes e Gilberto Fernando Tenor, que vem reunindo
vasto material sobre as medalhas imperiais do
Brasil, uma recebeu maior atenção. Conhecida como
“medalha crônica” ou “medalha calendário”, do
gravador Christian Luster, dinamarques naturalizado
brasileiro que trabalhou na Casa da Moeda do Brasil de
1855 até seu falecimento em 1871, a peça traz muitas
informações em um espaço pequeno. São mais de 1000
letras e 600 números, além de desenhos, pontos, barras
e símbolos. Luster deixou uma verdadeira coleção de
obras de sua autoria em medalhas e moedas.
Nesse período, o Brasil participava da Guerra do
Paraguai, onde fazia parte da Tríplice Aliança,
juntamente com a Argentina e Uruguai,. Considerado
o maior conflito bélico terreste e naval da América
Latina, parte dessas vitórias estão eternizadas nessa
medalha, se tornando assim um registro histórico de
um período do Brasil.
Também consta um calendário perpétuo do ano de
1867, com início das estações, fases da lua, zodíaco,
eclipses solar e lunar, dentre outras.
É registrado também o descobrimento do Brasil
em 1500, da Independência em 1822 e da primeira
Constituição do Brasil de 1824. Muitas das informações
são abrevidas e o livro desvenda cada uma delas com
uma explicação.
Ao final da obra, os autores perceberam que ela não
fala sobre uma medalha, mas descreve costumes do
período monárquico brasileiro.
Segundo Edil Gomes, um dos autores, “foi uma
verdadeira viagem no tempo e percebemos que teríamos
que pesquisar como era o cotidiano na época, pois
algumas datas comemorativas da medalha são pouco
conhecidas, sejam elas relativas a família imperial,
como as ligadas diretamente ao Imperador Dom Pedro
II e família, sejam de diversas datas religiosas.
Não era só a história de uma medalha, mas havia muito
mais. São citadas 14 vitórias em batalhas na Bacia
Cisplatina, que mostra um Brasil preocupado com suas
fronteiras. Uma dessas batalhas foi a de Riachuelo,
em 11 de junho de 1865, uma batalha naval que foi
tão importante que a data hoje é comemorada como
sendo o dia da Marinha do Brasil”. O livro “Medalha
Calendário – O Império Brasileiro retratado através
de uma enigmática medalha de 1867” é uma história
que gira em torno de uma medalha, mas a abordagem
se transformou em uma publicação sobre um recorte
do final do Império do Brasil. Veja entrevista com os
autores na página 9.
O lançamento ocorrerá durante o Encontro Especial da
SNB, dias 13 e 14 setembro, em São Paulo. Ele possui
uma baixa tiragem e é uma parceria entre os autores e a
Editora Veritas. Os interessados podem adquiri-lo pelo
site: https://www.numismaticacastro.com.br
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Destaque
A nova obra que vem para enriquecer a
Numismática Brasileira
Entrevista com os autores da obra “Medalha Calendário – O Império Brasileiro
retratado através de uma enigmática medalha de 1867”
De onde surgiu a ideia de escrever um livro
sobre uma única medalha?
“Gilberto Tenor tem a medalha na coleção em cobre, prata
e madeira, além da réplica feita pelo Balsemão, e sempre
achamos muito interessante, nos catálogos de medalhas
havia poucas informações sobre ela.
Um dia, analisando surgiu o questionamento de se escrever
algo sobre ela. Não sabíamos nem por onde começar, já era
muita informação. Parecia até uma tarefa impossível para
o gravador, especialmente se levarmos em conta que é de
1867. Fomos por parte e percebemos que para decifrar as
informações, muitas delas abreviadas, teríamos que fazer
ampla pesquisa e conhecer como era o cotidiano do final
do Brasil Império.
Foi um longo período de consultas e trocas de informações,
e assim cada citação foi sendo esclarecida. No fim do
livro foi algo fantástico, pois percebemos que poderia
complementar a medalhística nacional, incentivando
novos colecionadores e pesquisadores.”
Como um único objeto pode conter tanta
história?
“Se pegarmos a moeda de 10 centavos do Real e
pesquisarmos sobre ela, desvendamos muita coisa. Cada
peça tem a sua história; hoje estamos mais atrelados ao
quanto vale e deixamos passar muitas informações, como:
o período em que foi feita, quem é o homenageado, em que
momento da história foi produzida, quanto tempo circulou,
quem fez, dentre outras perguntas que certamente vai ter
uma resposta.
Vai surgir muitas informações interessantes, troca de
experiência com outros colecionadores, acessos a livros e
arquivos, e percebemos que isso também é transportado
para todas as peças da coleção e também para outros
setores de nossa vida, começamos assim a prestar mais
atenção aos mínimos detalhes.
Tudo tem uma história, até mesmo a nossa descendência,
sempre tem algo que aconteceu no passado para chegarmos
até aqui. Infelizmente, isso está se perdendo, mas é
fascinante quando resgatamos algumas dessas histórias e
conseguimos sintetizá-las com uma linguagem simples e
de fácil entendimento, sem distorcer os fatos. Com esse
não foi diferente: não é sobre uma medalha, é conhecer
parte da história do nosso Brasil.”
Analisando uma medalha como um reforço
a um elemento comemorativo, um fato ou
acontecimento histórico: essa medalha pode ser
definida como qual recorte temporal?
“Essa medalha mostra um período muito avançado
na Casa da Moeda, no seu lado artístico e também de
equipamentos para se cunhar moedas e medalhas. Se
juntarmos todas as medalhas do Brasil Império, notamos
um avanço considerável desde a vinda da Família Imperial
do Brasil e da Academia das Belas Artes, com artistas da
Missão Francesa. Então, notamos um despertar através do
ensino, mostrando que é possível, ter um avanço através
do aprendizado.
Quanto aos fatos da medalha, além de um calendário
permanente de fases da lua, marés e datas religiosas, traz
uma série de datas ligadas diretamente ao Brasil, como
o descobrimento, o grito da independência, a primeira
constituição do Brasil, datas comemorativas do Brasil
Império e da família Real e batalhas que o Brasil participou,
Então, não é só sobre uma medalha de 1867, são datas que
se comemoram até hoje. Apesar de ser limitada a um ano,
é uma verdadeira aula de história.”
A medalha foi feita para a exposição de Paris;
algumas das vitórias de guerra do Brasil
representadas na medalha calendário são, na
sua opinião, uma forma de mostrar na Europa
um Brasil como uma potência?
“O Brasil tinha grande prestígio na Europa, não era
isolado, visto que as filhas de Dom Pedro II se casaram
com príncipes europeus. A linhagem do Imperador do
Brasil é a mesma que estava em Portugal.
Aqui sempre foi rico em matéria-prima e o Imperador quis
mostrar que era um país em desenvolvimento. Pela sua
formação, ele estava sempre preocupado com a educação
no Brasil. Para ter uma ideia, no fim da guerra, ele negou
a ideia de se construir um monumento de bronze, para que
os recursos fossem revertidos para a educação.
Então, ele sempre se preocupou em trazer o melhor para
o Brasil e também mostrar o que o país poderia oferecer,
não ficando atrás dos europeus, o que atraía sempre
investimentos.”
O gravador Christian Luster teve um início bem
conturbado, mas essa medalha é uma excelente
forma de redenção. Esse é o maior trabalho
dele?
“Luster, na Dinamarca para ajudar um amigo, acabou
se envolvendo em um caso de falsificação. Ficou dois
anos preso e foi provado que ele não tirou vantagem da
situação. Por outro lado, a sua gravação foi tão bem feita
que acharam que essa falsificação foi realizada por um
cunho oficial.
Foi algo ruim que marcou a sua carreira, mas ele foi
perdoado.
Graças a esse fato, ele acabou vindo buscar emprego na
Casa da Moeda do Brasil, onde ficou de 1855 a 1871,
quando faleceu. Em 1867, também pediu a naturalização
brasileira.
9
Foi agraciado por Dom Pedro II com a Ordem Imperial
da Rosa, uma das mais importantes ordens honoríficas do
Brasil.
O busto de Dom Pedro II criado por Luster foi o mais
utilizado no fim do império, seja em medalhas ou moedas,
nas de prata e bronze.
Ele deixou uma verdadeira coleção de peças que gravou
com maestria, além de ter contribuído na formação de
outros artistas.”
A medalha calendário não tem tiragem definida.
Acredita que, através da publicação desse livro,
outras escondidas por aí podem aparecer?
“É uma medalha clássica para quem coleciona medalhas
do Império, também existe em alguns museus. Temos
também as reproduções feitas pelo Balsemão, que não
foram muitas.
Pode sim aparecer, e o mais importante é que, se aparecer,
pode ser que o colecionador a veja de outra forma.
Sabemos que somos somente depositários de peças, e um
dia, inevitavelmente, mudam de
coleção ou podemos visitar um
museu em que estarão disponíveis.
A história também faz com que
façamos uma viagem no tempo,
e isso não tem preço, mesmo que
não tenhamos a peça na coleção.”
Edil Gomes e Gilberto Tenor, autores da obra que terá
o seu lancamento oficial nos dias 13 e 14 de setembro,
em São Paulo.
Como sempre, o mestre Balsemão dando sua
contribuição, mas essa, curiosamente, também
teve seu exemplar originalmente em madeira.
O que acham dessa qualidade que esses mestres
conseguiam apresentar em madeira, técnica
que muitos hoje em dia ainda não conhecem?
“É uma técnica difícil, pouco utilizada, pela pressão
empregada na gravação, no tipo de madeira
utilizada e pela quantidade de tempo e material
até se chegar à perfeição. Não temos livros
explicando sobre isso. Infelizmente, Balsemão
nos deixou e não repassou o que ele aprendeu
de forma autodidata. Hoje, com a tecnologia que
temos, poderíamos voltar a adotar essa prática.
Quem sabe a Casa da Moeda faça isso novamente.
Temos vários tipos de medalhas em madeira da
coleção brasileira, que foram gravados e são
verdadeiras obras de arte.
10
Congressos e sua importância
no Colecionismo
Numismático
Colecionar exige conhecimento para aquisição de
peças para o acervo pessoal. Congresso serve ao
propósito?
Mas o que é um congresso?
Congresso é uma reunião de pessoas com objetivos
semelhantes. Assim existem congressos em cada
profissão, em cada formação acadêmica ou grupo de
pessoas. Precisamos de um local em que as pessoas
com mesmo interesse se encontrem e possam ter
alguma troca construtiva em prol dos objetivos dessas
pessoas.
Colecionadores de moedas, cédulas, medalhas tem
vários tipos de reuniões, encontros, convenções e,
também, tem os congressos.
Formalmente os congressos têm uma agenda
acadêmica, e esta atividade implica em apresentação
de estudos, palestras, conferências, mesas redondas.
As apresentações técnicas implicam mostrar
o que um pesquisador andou estudando, suas
opiniões profissionais que auxiliam a catalogar
sistematicamente os objetos de colecionismo, no
caso, numismático.
No Brasil, existem muitos Encontros Numismáticos
que se multiplicaram nos últimos anos. São excelentes
oportunidades de colecionadores encontrarem
semelhantes para trocarem peças e informações. Uma
reunião de colecionadores também tem esta função, e
muitas vezes grupos (formais ou informais) promovem
estas reuniões na casa de um deles ou até mesmo em
locais públicos em praças ou Centros Comerciais que
tenham espaços públicos que permitam sentarem-se
e terem mesas para apoiar os álbuns caixas com suas
peças de coleção.
Alguns Encontros são produzidos e organizados
por Entidades locais ou regionais, Sociedades ou
Associações também promovem palestras, inclusive
destinadas a crianças e adolescentes. Algumas vezes
com a participação de escolas e respectivas turmas
levadas por professores.
A SNB – Sociedade Numismática Brasileira – começou
a organizar Congressos na década de 1930. É uma
longa história com eventos importantes destinados
aos colecionadores.
Nas últimas décadas,
no mês de dezembro,
tem
ocorrido
o
Congresso Brasileiro de
Numismática em São
Paulo, capital.
Esses
congressos
contam com um salão
de
comerciantes,
cerca de 50 mesas em média, incluindo diversos
estrangeiros que trazem seus materiais numismáticos
internaconais. Para eles, é uma forma de estabelecer
contato com colecionadores que ainda não conhecem,
o mesmo ocorrendo aos visitantes, colecionadores e
apreciadores do colecionismo, que podem encontrar
em um mesmo lugar uma grande variedade de
produtos para ampliação de suas coleções.
Os congressos da SNB promove sempre uma
Exposição sobre Numismática, com temáticas préestabelecidas. Essas exposições são facilitadas por
grandes colecionadores que disponibilizam suas
coleções dentro de uma temática especial.
Ir a elas é uma oportunidade de conhecer e observar
moedas, medalhas e cédulas que muitas vezes não são
vistas em museus.
Além disso, os events também contam com
palestras de pesquisadores, os quais apresentam suas
compreensões e sempre trazem novidades visando
facilitar o colecionismo!
Em dezembro teremos a 28ª edição do Congresso
Brasileiro de Numismática, que ocorrerá de 5 a 7 de
deszembro, em São Paulo. Participe!
Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicólogo, escritor e
numismata
Diretor de Comunicação da
SNB – Sociedade Numismática
Brasileira
Editor da Revista Numismática
Brasileira
Email
[email protected]
11
Opinião
Doença
do Bronze
“Gostaria de passar um pouco do conhecimento
adquirido com o passar dos anos a respeito
de um mal que aflige principalmente os
colecionadores de moedas de cobre”
David Gonçalves Elorriaga
A Doença do Bronze é uma oxidação malévola
do metal. Todo metal reage às intempéries, como
umidade, pressão, poeira, temperatura etc...
Existem várias oxidações que afligem nossas
coleções umas boas como as pátinas e outras
extremamente prejudiciais, como o zinabre nas
moedas de alumínio e a doença do Bronze.
Nesses casos, tenho utilizado um método
com sucesso ao longo dos anos. Lembrando que me isento de qualquer
responsabilidade aos que quiserem tentar utiliza-lo em suas peças, uma vez
que o caráter dessa publicação é apenas informar o método que uso, e não
coloca-lo como prática a todos. Fica aí a dica:
O método tem 3 fases:
1ª fase - Separação da peça e banho de alcalinização.
Consiste em colocar a peça de molho em um recipiente com água destilada,
bicarbonato de sódio e carbonato de sódio (Barrilha leve elevador de PH de
piscina). Para cada 1 litro de água destilada coloco 20g de cada produto.
Deixo a peça descansando por alguns dias sempre trocando essa água
quando acho necessário. Irão notar o desaparecimento do pó esverdeado na
moeda e uma diminuição acentuada do esverdeado provocado na corrosão.
2ª fase - Após a fase anterior realizo a secagem da peça em acetona pura
para retirada completa de toda a umidade. Depois a coloco em um recipiente
com azeite de oliva onde ela ficará por mais alguns dias. Esse processo
neutraliza a corrosão e ajuda a endurecer a pátina, ajudando evitar o retorno
da corrosão. ( esse método é citado no livro Moedas de A a Z do amigo
César Tâmega e Jean Vicente).
3ª fase – Nessa última fase eu retiro a peça do azeite e realizo uma lavagem
com água e carbonato de sódio tomando cuidado ao esfregar as peças
levemente com os dedos. Após, realizo a secagem com um pano macio de Imagens ValCoin
algodão e acetona pura, pois não deverá haver nenhum resquício de umidade
na moeda.
PÁTINA
Quando ela estiver bem seca utilizo uma cera microcristalina e querosene
A pátina é o resultado da ação do
sem odor, aplicando uma camada fina na peça e retirando o excesso com um
tempo sobre o cobre, o bronze ou
pano de algodão ou microfibra macio.
ligas feitas com esses metais. Uma
Importante: utilizo esse processo apenas quando a corrosão põe em série de reações químicas podem
ocorrer em função da espessura da
risco a peça pela sua destruição parcial ou total, como na foto. Existem
moeda e das influências externas.
produtos prontos para esses mesmos fins que poderão ser encontrados na
Como resultado, a superfície da
Numismática Jafet.
peça muda de cor com o passar do
tempo.
David Gonçalves Elorriaga:
Numismática, Filatelista,
Historiador, Antropólogo,
Geólogo e arqueólogo com
especialização em restauro
e acervo de patrimônio
histórico.
12
960 Réis - Patacão
A joia da Numismática
Patacão eram as moedas de 960 Réis que eram cunhadas sobre outras moedas, sendo portanto
denominadas recunhos. Sua denominação popular de patacão deriva do termo pataca, comumente
usado em moedas Portuguesas de 320 Réis. (Wikipédia)
Anderson Vanini (Dan)
cento de prata e 10% de ligas.
Independente da moeda que entrasse na Colônia e
tivesse essas características elas eram usadas para a
produção do nosso 960 Réis.
Existem exemplares recunhados sobre moedas
austríacas, holandesas, inglesas, indianas, americanas
e todas possuem valores altíssimos.
Foi assim que a Numismática recebeu uma avalanche de
informações e diversas variações no que diz respeito ao
valor atual dessas moedas.
Conforme a base utilizada, o estado de conservação,
o ano de cunhagem ou as suas variantes -que são as
diferenças de uma matriz para outra, é catalogada,
classificada e precificada o valor de cada uma dessas
peças.
Os valores podem variar de 400 Reais até milhares de
Reais no caso de uma moeda de ano em que ocorreu
pouca produção, uma variante escassa,
uma casa de cunhagem escassa ou uma
base rara, já que além das moedas
mais comuns, como as espanholas,
foram utilizadas também moedas de
outros países para a sua produção.
Tivemos patacões recunhados no Rio
de Janeiro,Bahia e Minas Gerais.
Não existem dois patacões idênticos
e se você optar por colecionar essas
joias terá em mãos uma das moedas
mais icônicas e importantes da
Numismática mundial.
Elas sempre terão bons valores e muita procura. E são,
sem dúvida nenhuma, as moedas mais interessantes da
Numismática nacional.
Grandes e pesadas não apenas em tamanho, mas também
dentro do contexto histórico nacional. Nas fotos, três
exemplos de patacões, sendo um da Colônia, um do
Reino Unido e outro do Império.
Em qualquer evento
nacional ou internacional
lá estarão elas. Patacão
foram as moedas de
960 Réis basicamente
cunhadas sobre moedas
espanholas. Portanto trata-se de um recunho.
A denominação patacão deriva de uma moeda de cobre
portuguesa e posteriormente das moedas de 320 Réis
de Portugal que eram chamadas patacas e 1 pataca
equivale a 320 Réis. Logo um patacão é o equivalente
a três patacas.
Ela é tida hoje como uma das dez mais importantes
moedas já produzidos no mundo e são conhecidas por
todo e qualquer Numismata. Sua história é muito rica...
Quando a Coroa portuguesa tranferiu a corte para o
Brasil houve uma necessidade grande de existir aqui um
meio circulante.
Portugal passou a adquirir moedas
de outras coroas principalmente da
espanhola: os tais 8 Realles, pagando
750 Réis e as remarcando com o valor
facial de 960.
Com isso, a coroa portuguesa
economizava no grama da prata e tinha
lucro, além de conseguir manter no
Brasil essas moedas. Uma vez que
foram marcadas elas não retornavam aos
territórios espanhóis.
Já tinhamos as moedas de 80, 160, 320, 640 e agora
fechavamos a Série com a 960 Réis.
Como foi citado, 1 pataca era o equivalente a 320 Réis, 2
patacas 640 Réis. e 3 patacas tornou-se assim o patacão
de 960 Réis.
Essa moeda abrangeu três períodos e por isso temos os
patacões na Colônia,no Reino Unido e no Império.
As primeiras moedas de 960 Réis recebiam apenas
um carimbo e isso causava incômodo por termos uma
Anderson Muraro Vanini (Dan)
Colecionador desde 1987 de
moeda do Brasil com a efígie de um soberano espanhol.
moedas, cédulas e medalhas.
Como solução, a Coroa portuguesa passou a aquecer
Possui
curso de Numismática
as moedas espanholas e recunhar sobre elas nosso 960
voltado para iniciantes e
Réis.
intermediários.
Nascia, dessa forma, uma moeda portuguesa recunhada
Administra cerca de 18 Grupos
sobre outras moedas fortes como a espanhola, americana,
no Facebook e ultimamente
vem também produzindo lives.
Inglesa, entre outras, uma vez que o importante era o
É administrador do canal Dan
seu peso de 27 gramas, seu diâmetro de 38 mm e o seu
Numismática,
com dicas à iniciantes
teor em prata, geralmente oscilando um torno de 90 por
da Numismática.
13
Filatelia
SÉRGIO LANZONI
COMO INICIAR UMA COLEÇÃO DE SELOS
14
VAMOS INCENTIVAR
O COLECIONISMO INFANTIL
E OS JOVENS COLECIONADORES
Redes Sociais:
https://www.facebook.com/colecionadormirim/
https://www.instagram.com/colecionador_
mirim_?igsh=cHd5dGMxZWtsaml0
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A revista Colecionismo, apoiadora do evento, em
nome do Rubens e do Josmar agradece a todos
que participaram desse projeto e ajudaram no
sucesso alcançado mais uma vez, desta vez no
5º Encontro de Bauru
Nossos agradecimentos especiais:
TOP 101.3 FM Bauru
94 FM Bauru
Diário do Brasil/TV Prevê
Jornal da Cidade - JC Net
Bauruzão Mil Grau
e a todos os amigos, colecionadores e comerciantes que ajudaram na divulgação do
evento.
NOS VEREMOS EM 2025. ATÉ LÁ!
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