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Revista Colecionismo ed14 setembro

ANO II - EDIÇÃO 14 - SETEMBRO/2024 Distribuição gratuita em pdf Encontros de Colecionismo incentivam o público jovem e novos colecionadores Nesta edição: Lançamentos literários na Numismática Você sabe o que são Patacões? A Doença do Bronze Como iniciar uma coleção de Selos e muito mais... Editor Rubens Lovison Junior Articulistas Anderson Muraro Vanini (Dan) David Gonçalves Elorriaga Edil Gomes Rubens Lovison Junior Oswaldo M. Rodrigues Jr. Sérgio Lanzoni Capa Rubens Lovison Junior Hotel Ibis Styles - Bauru 5ª Encontro de Colecionismo de Bauru Apoio Design Gráfico Rafael Guimaro Lino Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista Colecionismo Revista Colecionismo Esta é uma publicação voltada ao mundo do colecionismo. Distribuição gratuita em PDF. Autorizado o seu compartilhamento, sem alteração de sua formatação original. Jornalista Responsável Rubens Lovison Junior MTB 22.093 Colecionador Numismata Organizador de Eventos Setembro/2024 Rubens, ao lado de Josmar Rodrigues e da gerente do Ibis Styles Hotel, local do 5º Encontro de Colecionismo de Bauru EDITORIA A Revista Colecionismo passou por uma nova formulação a traz aos nossos leitores uma configuração com um leiaute mais leve e mais agradável. Essa é uma revista online voltada ao colecionismo e a nossa intenção é divulgar essa prática entre todos os seus apreciadores, colecionadores e aos que querem conhecer um pouco mais desse mundo mágico que nos remete ao passado e à uma viagem no tempo. Não visamos lucros com a revista, que conta com a colaboração de muitos amigos que compartilham os seus conhecimentos e suas experiências nas matérias publicadas. O nosso objetivo é poder trazer, a cada bimestre, informações importantes que sirvam de referencial para muitos na arte do colecionismo. Rubens Lovison Junior Editor-chefe da revista É um espaço aberto aos nossos leitores e hoje a Colecionismo já é uma realidade. Ela está presente em todo o Brasil e fora dele, uma vez que vem sendo compartilhada, gratuitamente, entre grande parte de seus leitores. Atualmente o nosso foco principal é a Filatelia e a Numismática, mas queremos também publicar matérias de outras áreas do colecionismo. E para isso acontecer é importante a participação de todos. As matérias, com uma a duas laudas ( entre 30 e 60 linhas) poderão ser enviadas com fotos no e-mail rlovisoncedulasemoedas@gmail. com ou para [email protected] É importante enviar junto com a matéria uma foto do autor, com seus dados e suas experiências no colecionismo. rev is t a C o lec i on i sm o Encontros incentivam os novos colecionadores e o público jovem Rubens Lovison Junior Nos últimos anos houve um crescimento muito grande nos eventos de colecionismo, que passaram a ser realizados em quase todos os Estados de nosso país e fora do Brasil. Além de facilitar a comercialização de objetos e peças, é também um incentivo para muitos colecionadores, que antes precisavam se deslocar para os grandes centros para adquirirem aquelas peças mais difíceis de serem encontradas. Um fato interessante que temos observado é a presença de muitos jovens e crianças, os quais são incentivados pelos seus pais para entrarem neste mundo mágico do colecionismo. Eles serão os futuros Numismatas e Filatelistas, que continuarão o processo de preservar a história e manter viva, fisicamente por meio de suas coleções, peças e objetos que já não fazem mais parte de nosso dia a dia. É importante que os participantes desses encontros, principalmente os comerciantes, incentivem esses jovens ao colecionismo e criem ferramentas que facilitem a aquisição de novas peças para esses colecionadores, principalmente aquelas peças mais baratas, lembrando que no futuro serão eles os que irão comprar as mais caras e mais difíceis e farão parte de sua carteira de clientes. Entre os dias 15 e 18 de agosto, Bauru realizou o seu 5º Encontro de Colecionadores, evento promovido pelo jornalista, editor desta revista Colecionismo, colecionador e Numismata Rubens Lovison Junior e por Josmar Rodrigues da Costa, que além de Autoridades presentes no cerimonial de abertura do 5º Enconro de Colecionismo de Bauru. A partir da esquerda, Josmar Rodrigues, da organização do evento, o secretário da Cultura de Bauru, Paulo Eduardo Campos, o prefeito municipal de Duartina, Aderaldo Pereira de Souza Junior, o presidente do Clube Filatélico e Numismático de Bauru, Fabrício Nefersan e o mestre de cerimonias e membro da organização do evento, Rubens Lovison Junior colecionador e Numismata é um comerciante numismático (Espaço Coleções, de Duartina) muito conhecido em todo o país. Eles também organizam o encontro de colecionismo na cidade de Marília, distante cerca de 80 quilômetros de Bauru e que este ano teve sua primeira edição. Mais uma vez, a cidade contribuiu para o colecionismo e recebeu a visita de muitas pessoas procedentes de diferentes Estados e cidades do interior de São Paulo. O evento tem o apoio da Secretaria da Cultura do município e diversas instituições conceituadas da cidade, fazendo parte do calendário anual da SNB – Sociedade Numismática Brasileira. O Clube Filatélico e Numismático de Bauru esteve presente no evento por meio de seu presidente, Fabrício Nefersan, que além da participação com uma das mesas de comercialização também foi homenageado no cerimonial de abertura do evento. Nesta edição, trazemos algumas imagens desse evento, considerado um dos mais bem realizados em cidades do interior. Foi feito uma grande propaganda do evento nas redes sociais e nas mídias durante os meses que antecedem o encontro e com uma contribuição importante de muitos colecionadores que compartilham essas divulgações. Sem essas participações provavelmente não teríamos o resultado que alcançamos a cada ano e a cada evento realizado em Bauru. Somos uma equipe muito unida com um objetivo único de incentivar e promover a arte de colecionar em todos os cantos do Brasil. Colecionador-mirin de Bauru, Pedro Rosa Foloni, 12 anos, acompanhado por sua mãe, Mayra Foloni. No centro, o diretor administrativo da SNB e comerciante Numismático, Hélio César Xavier e à direita, o organizador do 5º Encontro de Colecionismo de Bauru, jornalista Rubens Lovison Junior Colecionador-mirin de Marília, Davi Lopes Falacida, também marcou presença no evento de Bauru Ao lado, Claudemir , da Claudemir Coleções, Rubens Lovison, Antonio Guímaro, de Bauru, Roberto Russo e Luis Eduardo,da Via Coins. Acima, um dos momentos do evento em Bauru, que recebeu um grande público durante os seus 4 dias de realização. Cédulas fantasias do evento de Bauru e marcador de págimas distribuidas aos visitantes e colecionadores. A da esquerda traz a imagem do prefeitode Bauru em 1924 e a da direita, o primeiro Intendente do município. No anverso delas, a imagem da locomotiva símbolo da NOB. São réplicas estilizadas de duas cédulas da revolução de 1932 7 Literatura Numismática rev is t a C o lec i on i sm o - Set emb ro 2 024 Catálogo ilustrado Moedas com Erros 4 - Edição 2025 O Catálogo Moedas com Erros, de Edl Gomes, tem sido uma ferramenta importante para os colecionadores desse segmento. Com isso, foi ampliado ainda mais o seu conteúdo, incluindo na nova edição as moedas de de Réis de 1918 até as atuais do plano Real. Houve uma grande atualização de fotos, valores, datas, dicas e informações. O novo catáogo conta ainda com os valores para comercialização das moedas de circulação oficial sem erros (MBC, SOB e FC) do período abrangido em suas páginas ficando mais amplo, gerando o interesse para se fazer séries e com um catálogo de preços conjugado. Em síntese, podemos afirmar que o Catálogo é um ótimo investimento para quem coleciona ou manuseia moedas diariamente e serve como apoio para a organização de uma coleção por tipos e anos. Além disso, ele traz informações relevantes para se conhecer com maior profundidade o segmento da Numismática das moedas com erros e ficar mais atento às oportunidades atuais do mercado, seja para colecionar, comprar ou vender moedas. São mais de 200 páginas, inteiramente ilustrado com fotos. O lançamento desse novo catálogo deverá ocorrer na primeira semana de dezembro. Medalha do Império do Brasil é tema de livro Cada peça da nossa coleção, seja ela moeda, cédula ou medalha tem a sua história, seja pelo homenageado, período em que foi produzida, gravador, a quem pertenceu, ou mesmo de forma afetiva que nos prende, agregando assim o valor sentimental, histórico ou comercial. Uma dessas histórias está ligada a uma medalha de 41mm do Império, cunhada em 1867 na Casa da Moeda do Brasil, que se destaca entre as demais, única do tipo no Brasil, pela forma que foi criada. Em um trabalho de pesquisa dos numismatas Edil Gomes e Gilberto Fernando Tenor, que vem reunindo vasto material sobre as medalhas imperiais do Brasil, uma recebeu maior atenção. Conhecida como “medalha crônica” ou “medalha calendário”, do gravador Christian Luster, dinamarques naturalizado brasileiro que trabalhou na Casa da Moeda do Brasil de 1855 até seu falecimento em 1871, a peça traz muitas informações em um espaço pequeno. São mais de 1000 letras e 600 números, além de desenhos, pontos, barras e símbolos. Luster deixou uma verdadeira coleção de obras de sua autoria em medalhas e moedas. Nesse período, o Brasil participava da Guerra do Paraguai, onde fazia parte da Tríplice Aliança, juntamente com a Argentina e Uruguai,. Considerado o maior conflito bélico terreste e naval da América Latina, parte dessas vitórias estão eternizadas nessa medalha, se tornando assim um registro histórico de um período do Brasil. Também consta um calendário perpétuo do ano de 1867, com início das estações, fases da lua, zodíaco, eclipses solar e lunar, dentre outras. É registrado também o descobrimento do Brasil em 1500, da Independência em 1822 e da primeira Constituição do Brasil de 1824. Muitas das informações são abrevidas e o livro desvenda cada uma delas com uma explicação. Ao final da obra, os autores perceberam que ela não fala sobre uma medalha, mas descreve costumes do período monárquico brasileiro. Segundo Edil Gomes, um dos autores, “foi uma verdadeira viagem no tempo e percebemos que teríamos que pesquisar como era o cotidiano na época, pois algumas datas comemorativas da medalha são pouco conhecidas, sejam elas relativas a família imperial, como as ligadas diretamente ao Imperador Dom Pedro II e família, sejam de diversas datas religiosas. Não era só a história de uma medalha, mas havia muito mais. São citadas 14 vitórias em batalhas na Bacia Cisplatina, que mostra um Brasil preocupado com suas fronteiras. Uma dessas batalhas foi a de Riachuelo, em 11 de junho de 1865, uma batalha naval que foi tão importante que a data hoje é comemorada como sendo o dia da Marinha do Brasil”. O livro “Medalha Calendário – O Império Brasileiro retratado através de uma enigmática medalha de 1867” é uma história que gira em torno de uma medalha, mas a abordagem se transformou em uma publicação sobre um recorte do final do Império do Brasil. Veja entrevista com os autores na página 9. O lançamento ocorrerá durante o Encontro Especial da SNB, dias 13 e 14 setembro, em São Paulo. Ele possui uma baixa tiragem e é uma parceria entre os autores e a Editora Veritas. Os interessados podem adquiri-lo pelo site: https://www.numismaticacastro.com.br 8 Destaque A nova obra que vem para enriquecer a Numismática Brasileira Entrevista com os autores da obra “Medalha Calendário – O Império Brasileiro retratado através de uma enigmática medalha de 1867” De onde surgiu a ideia de escrever um livro sobre uma única medalha? “Gilberto Tenor tem a medalha na coleção em cobre, prata e madeira, além da réplica feita pelo Balsemão, e sempre achamos muito interessante, nos catálogos de medalhas havia poucas informações sobre ela. Um dia, analisando surgiu o questionamento de se escrever algo sobre ela. Não sabíamos nem por onde começar, já era muita informação. Parecia até uma tarefa impossível para o gravador, especialmente se levarmos em conta que é de 1867. Fomos por parte e percebemos que para decifrar as informações, muitas delas abreviadas, teríamos que fazer ampla pesquisa e conhecer como era o cotidiano do final do Brasil Império. Foi um longo período de consultas e trocas de informações, e assim cada citação foi sendo esclarecida. No fim do livro foi algo fantástico, pois percebemos que poderia complementar a medalhística nacional, incentivando novos colecionadores e pesquisadores.” Como um único objeto pode conter tanta história? “Se pegarmos a moeda de 10 centavos do Real e pesquisarmos sobre ela, desvendamos muita coisa. Cada peça tem a sua história; hoje estamos mais atrelados ao quanto vale e deixamos passar muitas informações, como: o período em que foi feita, quem é o homenageado, em que momento da história foi produzida, quanto tempo circulou, quem fez, dentre outras perguntas que certamente vai ter uma resposta. Vai surgir muitas informações interessantes, troca de experiência com outros colecionadores, acessos a livros e arquivos, e percebemos que isso também é transportado para todas as peças da coleção e também para outros setores de nossa vida, começamos assim a prestar mais atenção aos mínimos detalhes. Tudo tem uma história, até mesmo a nossa descendência, sempre tem algo que aconteceu no passado para chegarmos até aqui. Infelizmente, isso está se perdendo, mas é fascinante quando resgatamos algumas dessas histórias e conseguimos sintetizá-las com uma linguagem simples e de fácil entendimento, sem distorcer os fatos. Com esse não foi diferente: não é sobre uma medalha, é conhecer parte da história do nosso Brasil.” Analisando uma medalha como um reforço a um elemento comemorativo, um fato ou acontecimento histórico: essa medalha pode ser definida como qual recorte temporal? “Essa medalha mostra um período muito avançado na Casa da Moeda, no seu lado artístico e também de equipamentos para se cunhar moedas e medalhas. Se juntarmos todas as medalhas do Brasil Império, notamos um avanço considerável desde a vinda da Família Imperial do Brasil e da Academia das Belas Artes, com artistas da Missão Francesa. Então, notamos um despertar através do ensino, mostrando que é possível, ter um avanço através do aprendizado. Quanto aos fatos da medalha, além de um calendário permanente de fases da lua, marés e datas religiosas, traz uma série de datas ligadas diretamente ao Brasil, como o descobrimento, o grito da independência, a primeira constituição do Brasil, datas comemorativas do Brasil Império e da família Real e batalhas que o Brasil participou, Então, não é só sobre uma medalha de 1867, são datas que se comemoram até hoje. Apesar de ser limitada a um ano, é uma verdadeira aula de história.” A medalha foi feita para a exposição de Paris; algumas das vitórias de guerra do Brasil representadas na medalha calendário são, na sua opinião, uma forma de mostrar na Europa um Brasil como uma potência? “O Brasil tinha grande prestígio na Europa, não era isolado, visto que as filhas de Dom Pedro II se casaram com príncipes europeus. A linhagem do Imperador do Brasil é a mesma que estava em Portugal. Aqui sempre foi rico em matéria-prima e o Imperador quis mostrar que era um país em desenvolvimento. Pela sua formação, ele estava sempre preocupado com a educação no Brasil. Para ter uma ideia, no fim da guerra, ele negou a ideia de se construir um monumento de bronze, para que os recursos fossem revertidos para a educação. Então, ele sempre se preocupou em trazer o melhor para o Brasil e também mostrar o que o país poderia oferecer, não ficando atrás dos europeus, o que atraía sempre investimentos.” O gravador Christian Luster teve um início bem conturbado, mas essa medalha é uma excelente forma de redenção. Esse é o maior trabalho dele? “Luster, na Dinamarca para ajudar um amigo, acabou se envolvendo em um caso de falsificação. Ficou dois anos preso e foi provado que ele não tirou vantagem da situação. Por outro lado, a sua gravação foi tão bem feita que acharam que essa falsificação foi realizada por um cunho oficial. Foi algo ruim que marcou a sua carreira, mas ele foi perdoado. Graças a esse fato, ele acabou vindo buscar emprego na Casa da Moeda do Brasil, onde ficou de 1855 a 1871, quando faleceu. Em 1867, também pediu a naturalização brasileira. 9 Foi agraciado por Dom Pedro II com a Ordem Imperial da Rosa, uma das mais importantes ordens honoríficas do Brasil. O busto de Dom Pedro II criado por Luster foi o mais utilizado no fim do império, seja em medalhas ou moedas, nas de prata e bronze. Ele deixou uma verdadeira coleção de peças que gravou com maestria, além de ter contribuído na formação de outros artistas.” A medalha calendário não tem tiragem definida. Acredita que, através da publicação desse livro, outras escondidas por aí podem aparecer? “É uma medalha clássica para quem coleciona medalhas do Império, também existe em alguns museus. Temos também as reproduções feitas pelo Balsemão, que não foram muitas. Pode sim aparecer, e o mais importante é que, se aparecer, pode ser que o colecionador a veja de outra forma. Sabemos que somos somente depositários de peças, e um dia, inevitavelmente, mudam de coleção ou podemos visitar um museu em que estarão disponíveis. A história também faz com que façamos uma viagem no tempo, e isso não tem preço, mesmo que não tenhamos a peça na coleção.” Edil Gomes e Gilberto Tenor, autores da obra que terá o seu lancamento oficial nos dias 13 e 14 de setembro, em São Paulo. Como sempre, o mestre Balsemão dando sua contribuição, mas essa, curiosamente, também teve seu exemplar originalmente em madeira. O que acham dessa qualidade que esses mestres conseguiam apresentar em madeira, técnica que muitos hoje em dia ainda não conhecem? “É uma técnica difícil, pouco utilizada, pela pressão empregada na gravação, no tipo de madeira utilizada e pela quantidade de tempo e material até se chegar à perfeição. Não temos livros explicando sobre isso. Infelizmente, Balsemão nos deixou e não repassou o que ele aprendeu de forma autodidata. Hoje, com a tecnologia que temos, poderíamos voltar a adotar essa prática. Quem sabe a Casa da Moeda faça isso novamente. Temos vários tipos de medalhas em madeira da coleção brasileira, que foram gravados e são verdadeiras obras de arte. 10 Congressos e sua importância no Colecionismo Numismático Colecionar exige conhecimento para aquisição de peças para o acervo pessoal. Congresso serve ao propósito? Mas o que é um congresso? Congresso é uma reunião de pessoas com objetivos semelhantes. Assim existem congressos em cada profissão, em cada formação acadêmica ou grupo de pessoas. Precisamos de um local em que as pessoas com mesmo interesse se encontrem e possam ter alguma troca construtiva em prol dos objetivos dessas pessoas. Colecionadores de moedas, cédulas, medalhas tem vários tipos de reuniões, encontros, convenções e, também, tem os congressos. Formalmente os congressos têm uma agenda acadêmica, e esta atividade implica em apresentação de estudos, palestras, conferências, mesas redondas. As apresentações técnicas implicam mostrar o que um pesquisador andou estudando, suas opiniões profissionais que auxiliam a catalogar sistematicamente os objetos de colecionismo, no caso, numismático. No Brasil, existem muitos Encontros Numismáticos que se multiplicaram nos últimos anos. São excelentes oportunidades de colecionadores encontrarem semelhantes para trocarem peças e informações. Uma reunião de colecionadores também tem esta função, e muitas vezes grupos (formais ou informais) promovem estas reuniões na casa de um deles ou até mesmo em locais públicos em praças ou Centros Comerciais que tenham espaços públicos que permitam sentarem-se e terem mesas para apoiar os álbuns caixas com suas peças de coleção. Alguns Encontros são produzidos e organizados por Entidades locais ou regionais, Sociedades ou Associações também promovem palestras, inclusive destinadas a crianças e adolescentes. Algumas vezes com a participação de escolas e respectivas turmas levadas por professores. A SNB – Sociedade Numismática Brasileira – começou a organizar Congressos na década de 1930. É uma longa história com eventos importantes destinados aos colecionadores. Nas últimas décadas, no mês de dezembro, tem ocorrido o Congresso Brasileiro de Numismática em São Paulo, capital. Esses congressos contam com um salão de comerciantes, cerca de 50 mesas em média, incluindo diversos estrangeiros que trazem seus materiais numismáticos internaconais. Para eles, é uma forma de estabelecer contato com colecionadores que ainda não conhecem, o mesmo ocorrendo aos visitantes, colecionadores e apreciadores do colecionismo, que podem encontrar em um mesmo lugar uma grande variedade de produtos para ampliação de suas coleções. Os congressos da SNB promove sempre uma Exposição sobre Numismática, com temáticas préestabelecidas. Essas exposições são facilitadas por grandes colecionadores que disponibilizam suas coleções dentro de uma temática especial. Ir a elas é uma oportunidade de conhecer e observar moedas, medalhas e cédulas que muitas vezes não são vistas em museus. Além disso, os events também contam com palestras de pesquisadores, os quais apresentam suas compreensões e sempre trazem novidades visando facilitar o colecionismo! Em dezembro teremos a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Numismática, que ocorrerá de 5 a 7 de deszembro, em São Paulo. Participe! Oswaldo M. Rodrigues Jr. Psicólogo, escritor e numismata Diretor de Comunicação da SNB – Sociedade Numismática Brasileira Editor da Revista Numismática Brasileira Email [email protected] 11 Opinião Doença do Bronze “Gostaria de passar um pouco do conhecimento adquirido com o passar dos anos a respeito de um mal que aflige principalmente os colecionadores de moedas de cobre” David Gonçalves Elorriaga A Doença do Bronze é uma oxidação malévola do metal. Todo metal reage às intempéries, como umidade, pressão, poeira, temperatura etc... Existem várias oxidações que afligem nossas coleções umas boas como as pátinas e outras extremamente prejudiciais, como o zinabre nas moedas de alumínio e a doença do Bronze. Nesses casos, tenho utilizado um método com sucesso ao longo dos anos. Lembrando que me isento de qualquer responsabilidade aos que quiserem tentar utiliza-lo em suas peças, uma vez que o caráter dessa publicação é apenas informar o método que uso, e não coloca-lo como prática a todos. Fica aí a dica: O método tem 3 fases: 1ª fase - Separação da peça e banho de alcalinização. Consiste em colocar a peça de molho em um recipiente com água destilada, bicarbonato de sódio e carbonato de sódio (Barrilha leve elevador de PH de piscina). Para cada 1 litro de água destilada coloco 20g de cada produto. Deixo a peça descansando por alguns dias sempre trocando essa água quando acho necessário. Irão notar o desaparecimento do pó esverdeado na moeda e uma diminuição acentuada do esverdeado provocado na corrosão. 2ª fase - Após a fase anterior realizo a secagem da peça em acetona pura para retirada completa de toda a umidade. Depois a coloco em um recipiente com azeite de oliva onde ela ficará por mais alguns dias. Esse processo neutraliza a corrosão e ajuda a endurecer a pátina, ajudando evitar o retorno da corrosão. ( esse método é citado no livro Moedas de A a Z do amigo César Tâmega e Jean Vicente). 3ª fase – Nessa última fase eu retiro a peça do azeite e realizo uma lavagem com água e carbonato de sódio tomando cuidado ao esfregar as peças levemente com os dedos. Após, realizo a secagem com um pano macio de Imagens ValCoin algodão e acetona pura, pois não deverá haver nenhum resquício de umidade na moeda. PÁTINA Quando ela estiver bem seca utilizo uma cera microcristalina e querosene A pátina é o resultado da ação do sem odor, aplicando uma camada fina na peça e retirando o excesso com um tempo sobre o cobre, o bronze ou pano de algodão ou microfibra macio. ligas feitas com esses metais. Uma Importante: utilizo esse processo apenas quando a corrosão põe em série de reações químicas podem ocorrer em função da espessura da risco a peça pela sua destruição parcial ou total, como na foto. Existem moeda e das influências externas. produtos prontos para esses mesmos fins que poderão ser encontrados na Como resultado, a superfície da Numismática Jafet. peça muda de cor com o passar do tempo. David Gonçalves Elorriaga: Numismática, Filatelista, Historiador, Antropólogo, Geólogo e arqueólogo com especialização em restauro e acervo de patrimônio histórico. 12 960 Réis - Patacão A joia da Numismática Patacão eram as moedas de 960 Réis que eram cunhadas sobre outras moedas, sendo portanto denominadas recunhos. Sua denominação popular de patacão deriva do termo pataca, comumente usado em moedas Portuguesas de 320 Réis. (Wikipédia) Anderson Vanini (Dan) cento de prata e 10% de ligas. Independente da moeda que entrasse na Colônia e tivesse essas características elas eram usadas para a produção do nosso 960 Réis. Existem exemplares recunhados sobre moedas austríacas, holandesas, inglesas, indianas, americanas e todas possuem valores altíssimos. Foi assim que a Numismática recebeu uma avalanche de informações e diversas variações no que diz respeito ao valor atual dessas moedas. Conforme a base utilizada, o estado de conservação, o ano de cunhagem ou as suas variantes -que são as diferenças de uma matriz para outra, é catalogada, classificada e precificada o valor de cada uma dessas peças. Os valores podem variar de 400 Reais até milhares de Reais no caso de uma moeda de ano em que ocorreu pouca produção, uma variante escassa, uma casa de cunhagem escassa ou uma base rara, já que além das moedas mais comuns, como as espanholas, foram utilizadas também moedas de outros países para a sua produção. Tivemos patacões recunhados no Rio de Janeiro,Bahia e Minas Gerais. Não existem dois patacões idênticos e se você optar por colecionar essas joias terá em mãos uma das moedas mais icônicas e importantes da Numismática mundial. Elas sempre terão bons valores e muita procura. E são, sem dúvida nenhuma, as moedas mais interessantes da Numismática nacional. Grandes e pesadas não apenas em tamanho, mas também dentro do contexto histórico nacional. Nas fotos, três exemplos de patacões, sendo um da Colônia, um do Reino Unido e outro do Império. Em qualquer evento nacional ou internacional lá estarão elas. Patacão foram as moedas de 960 Réis basicamente cunhadas sobre moedas espanholas. Portanto trata-se de um recunho. A denominação patacão deriva de uma moeda de cobre portuguesa e posteriormente das moedas de 320 Réis de Portugal que eram chamadas patacas e 1 pataca equivale a 320 Réis. Logo um patacão é o equivalente a três patacas. Ela é tida hoje como uma das dez mais importantes moedas já produzidos no mundo e são conhecidas por todo e qualquer Numismata. Sua história é muito rica... Quando a Coroa portuguesa tranferiu a corte para o Brasil houve uma necessidade grande de existir aqui um meio circulante. Portugal passou a adquirir moedas de outras coroas principalmente da espanhola: os tais 8 Realles, pagando 750 Réis e as remarcando com o valor facial de 960. Com isso, a coroa portuguesa economizava no grama da prata e tinha lucro, além de conseguir manter no Brasil essas moedas. Uma vez que foram marcadas elas não retornavam aos territórios espanhóis. Já tinhamos as moedas de 80, 160, 320, 640 e agora fechavamos a Série com a 960 Réis. Como foi citado, 1 pataca era o equivalente a 320 Réis, 2 patacas 640 Réis. e 3 patacas tornou-se assim o patacão de 960 Réis. Essa moeda abrangeu três períodos e por isso temos os patacões na Colônia,no Reino Unido e no Império. As primeiras moedas de 960 Réis recebiam apenas um carimbo e isso causava incômodo por termos uma Anderson Muraro Vanini (Dan) Colecionador desde 1987 de moeda do Brasil com a efígie de um soberano espanhol. moedas, cédulas e medalhas. Como solução, a Coroa portuguesa passou a aquecer Possui curso de Numismática as moedas espanholas e recunhar sobre elas nosso 960 voltado para iniciantes e Réis. intermediários. Nascia, dessa forma, uma moeda portuguesa recunhada Administra cerca de 18 Grupos sobre outras moedas fortes como a espanhola, americana, no Facebook e ultimamente vem também produzindo lives. Inglesa, entre outras, uma vez que o importante era o É administrador do canal Dan seu peso de 27 gramas, seu diâmetro de 38 mm e o seu Numismática, com dicas à iniciantes teor em prata, geralmente oscilando um torno de 90 por da Numismática. 13 Filatelia SÉRGIO LANZONI COMO INICIAR UMA COLEÇÃO DE SELOS 14 VAMOS INCENTIVAR O COLECIONISMO INFANTIL E OS JOVENS COLECIONADORES Redes Sociais: https://www.facebook.com/colecionadormirim/ https://www.instagram.com/colecionador_ mirim_?igsh=cHd5dGMxZWtsaml0 15 A revista Colecionismo, apoiadora do evento, em nome do Rubens e do Josmar agradece a todos que participaram desse projeto e ajudaram no sucesso alcançado mais uma vez, desta vez no 5º Encontro de Bauru Nossos agradecimentos especiais: TOP 101.3 FM Bauru 94 FM Bauru Diário do Brasil/TV Prevê Jornal da Cidade - JC Net Bauruzão Mil Grau e a todos os amigos, colecionadores e comerciantes que ajudaram na divulgação do evento. NOS VEREMOS EM 2025. ATÉ LÁ! 16 17