Stade Français Club Athlétique des Sports Généraux
Stade Français | |||
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Rugby | |||
Nome | Stade Français Paris | ||
Alcunhas | Pink Army, Les Stadistes" | ||
Informações | |||
Cidade | Paris, França | ||
Confederação | FFR | ||
Competição | Top 14 | ||
Fundação | 1883 | ||
Estádio | Stade Jean-Bouin (capacidade: 12.000 ) | ||
Presidente | Hubert Patricot | ||
Capitão | Sergio Parisse | ||
Equipamentos | |||
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[www.stade.fr Página oficial] |
O Stade Français Club Athlétique des Sports Généraux é um clube polidesportivo da cidade de Paris, na França, fundado em 1883.
Seu departamento mais proeminente na atualidade é o de rugby union. Seu setor de futebol, criado em 1900,[1] relativamente distante do rebaixamento,[2] chegou a ter certa expressão, mas há décadas encontra-se nas mais baixas divisões do campeonato francês.
Futebol
[editar | editar código-fonte]O Stade Français foi um dos pioneiros na organização do futebol francês, juntamente com o vizinho Racing Club de France,[4] com quem formava a trinca futebolística parisiense, ao lado do Red Star,[5] clube fundado por Jules Rimet.[6]
No futebol, seus logros resumiram-se basicamente a competições regionais da Île-de-France, nos anos 20 e 30 do século XX;[7] ao título da temporada 1927-28 [8] da Division d'Excellence, a principal do campeonato francês amador, anterior à adoção da Ligue 1 (na temporada 1932-33);[4] e ao título da segunda divisão francesa na temporada 1951-52.[9]
O clube faz parte de capítulos celebrados dos dois primeiros clubes brasileiros a excursionarem pela Europa: foi derrotado em excursões do Paulistano, em 1925, por 7-1,[3] após ter sido o patrocinador da viagem do clube de Friedenreich;[10] e, por 2-1, pelo Atlético Mineiro, em 1950, sendo o último adversário da turnê que renderia ao alvinegro o título simbólico de "Campeão do Gelo".[11][12]
Embora tenha vencido o campeonato de 1927-28 e sido duas vezes semifinalista da Copa da França no fim da década de 1920 (em 1926 e em 1928), o clube não esteve entre os fundadores da Ligue 1, passando a década de 1930 entre a terceira e a quarta divisões. Seu futebol só veio a ser profissionalizado na temporada 1945-46, permitindo-lhe adentrar na segunda divisão.[1] Treinado pelo jovem Helenio Herrera, ele próprio ex-jogador do clube nas divisões de acesso na década de 1930, o clube subiu imediatamente à elite como segundo colocado no grupo norte. As melhores campanhas na Ligue 1 se deram em seguida,[13] a ponto de Herrera conciliar o cargo no clube e na própria seleção francesa:[14] sob ele e com os craques Larbi Benbarek e István Nyers, o time chegou duas vezes seguida ao quinto lugar, nas temporadas 1946-47 e 1947-48, sofrendo então um desmanche.[13]
Benbarek, considerado um dos maiores jogadores da década de 1940 prejudicado pela falta de Copas do Mundo FIFA no período e chamado de "Deus" pelo próprio Pelé, retomaria sucesso com Herrera no Atlético de Madrid.[15] Outro personagem desse período a igualmente rumar à equipe espanhola pela mesma época foi o goleiro Marcel Domingo. Para a temporada 1948-49, o clube fundiu-se com o Red Star. A parceria denominada Stade Français Red Star durou até o rebaixamento na temporada 1950-51.[1]
O retorno à primeira divisão foi imediato com o título da segunda divisão de 1951-52, mas o clube tornou a cair na de 1953-54. Voltou na de 1958-59 e sempre realizou campanhas ruins, embora pudesse participar em 1964 e em 1965 da Taça das Cidades com Feiras,[16] precursora da atual Liga Europa da UEFA.[17] Como o nome indicava, contudo, a classificação levava em conta primeiramente a condição da cidade como sede de feira internacional e então a colocação de seus clubes na liga; como o Red Star estava ausente da elite e o Racing vivia situação pior na primeira divisão, o Stade Français pôde disputar o torneio, conseguindo duelos equilibrados nas eliminações para Juventus e Porto, respectivamente.[13] Desses tempos, destacam-se Georges Carnus e Miloš Milutinović.
Em 1965, o clube chegou a alterar seu nome para Stade de Paris, retomando a denominação original outro ano depois, na temporada do rebaixamento em 1966-67. Problemas financeiros fizeram com que o clube precisasse retirar-se da segunda divisão de 1967-68 com o torneio já em andamento, extinguindo-se o departamento de futebol profissional da instituição - cuja equipe precisou recomeçar na quinta divisão na temporada 1968-69.[1]
Houve um curto renascimento na virada da década de 1970 para a de 1980, período em que o Stade Français conseguiu acessos seguidos: da quinta divisão à quarta na de 1978-79, da quarta à terceira na de 1979-80 e da terceira à segunda na de 1980-81, reativando então o futebol profissional por quatro temporadas na Ligue 2. Contudo, não conseguiu manter a progressão, tendo no nono lugar da temporada 1983-84 a sua melhor colocação nesse retorno. Na temporada 1984-85, a equipe ficou em 13º,[1] mas desativou por completo seu futebol competitivo ao fim da temporada. Uma equipe adulta só viria a ser retomada em 2009, para torneios distritais, voltando à inatividade em 2017.[1]
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Campeonato Francês de Futebol (Era Amadora): 1928-29 [4]
- Campeonato Francês de Futebol - Segunda Divisão: 1951-52 [9]
Rugby Union
[editar | editar código-fonte]O Stade Français é considerado um dos gigantes do rugby union francês, tendo alcançado uma série de títulos ao fim do século XIX (um dos jogadores da época era o brasileiro Paulo do Rio Branco, filho do Barão do Rio Branco). Todavia, passou quase todo o século seguinte em crise, chegando a estar na terceira divisão. Foi quando estava nela que foi adquirido por Max Guazzini, em 1990. A equipe renasceu, finalizando um jejum de 90 anos sem títulos na elite e tornando-se potência nacional e europeia.[5][18]
Atualmente, possui treze títulos no Top 14, a elite do campeonato francês de rugby union.[5] A equipe também é conhecida por estar ligada à indústria da moda; Guazzini, homossexual assumido, projetou a equipe na mídia com medidas que contrastaram com a imagem de rudeza e sobriedade deste esporte: os uniformes, anteriormente nas cores tradicionais azul e vermelho, tornaram-se rosas e, desenhados por estilistas, passaram a carregar estampas chamativas. O clube também começou a publicar anualmente calendários com nus artísticos de seus jogadores,[18] chamado Les Dieux du Stade - "Os Deuses do Stade", em tradução que também pode significar "Os Deuses do estádio". As mudanças ajudaram a atrair um grande público feminino e LGBT para o time.[18]
Seu rival é o Racing Métro,[18] como é chamado o departamento de rugby union do Racing Club de France com quem também competia no futebol.[5] Os dois clubes, apesar dos seguidos títulos franceses em 2015 (Stade) e em 2016 (Racing),[19] chegaram a anunciar uma fusão em 2017 como solução a uma crise econômica conjunta, a desencadear até greve dos jogadores. A proposta, porém, foi imediatamente criticadíssima pelas duas torcidas rivais e logo abortada.[20]
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Campeonato Francês de Rugby - 1892-93, 1893-94, 1894-95, 1896-97, 1897-98, 1900-01, 1904-05, 1907-08, 1997-98, 1999-00, 2002-03, 2003-04, 2006-07, 2014-15 [21]
- Copa da França de Rugby - 1999 [21]
Referências
- ↑ a b c d e f «Stade Français». Pari et Gagne. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ ABBINK, Dinant (1 de março de 2018). «France - List of Final Tables Second Level». RSSSF. Consultado em 20 de agosto de 2020
- ↑ a b ARRUDA, Marcelo Leme de (31 de julho de 2005). «European Trip of CA Paulistano in 1925». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ a b c MAZET, François; PAURON, Frédéric (31 de maio de 2012). «France - List of Champions». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ a b c d «Futebol e Rugby pelo mundo – realmente tudo a ver». blog do Rugby. 5 de novembro de 2009. Consultado em 11 de janeiro de 2013
- ↑ BETTINE, Lucas (outubro de 2012). PSG: Paris sem grana. Placar n. 1371. Editora Abril, p. 80
- ↑ KUNGLER, Peter (16 de agosto de 2012). «France - List of Regional Champions 1919-1932». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ O equilíbrio está de volta (set 1992). Placar n. 1075. São Paulo: Editora Abril, pp. 52-55
- ↑ a b ABBINK, Dinnant (29 de janeiro de 2005). «France - France - List of Final Tables Second Level». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ AQUINO, José Maria de (25 abr 1975). Os reis do futebol. Placar n. 265. São Paulo: Editora Abril, p. 8
- ↑ PINHEIRO, Mauro (14 de outubro de 1977). Um Galo coberto de glórias. Placar n. 390. Editora Abril, p. 46
- ↑ «Os Campeões do Gelo». WebGalo. 5 de novembro de 2009. Consultado em 10 de julho de 2013
- ↑ a b c BRANDÃO, Caio (12 de agosto de 2020). «Muito além do PSG: os outros clubes de Paris, através de seus argentinos». Futebol Portenho. Consultado em 19 de agosto de 2020
- ↑ Placar mundial (13 de março de 1981). Placar n. 565. Editora Abril, p. 38
- ↑ ESCUDEIRO, Leonardo de (5 de junho de 2014). «Benbarek, a primeira estrela africana no futebol europeu». Trivela. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ PROTZEN, Martin (28 de outubro de 1999). «List of All Participants in European Cup 1955/56-1999/2000». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ ROSS, James M. (5 de junho de 2012). «Fairs Cup/UEFA Cup/Europa League Finals 1958-2012». RSSSF. Consultado em 14 de janeiro de 2013
- ↑ a b c d CÂMERA, Mário (fevereiro de 2012). No olho da rua. Revista ESPN n. 28. Spring Editora, pp. 62-65
- ↑ VIGNOLI, Leandro (2017). 11. Red Star - Paris é uma festa. À sombra de gigantes: uma viagem ao coração das mais famosas pequenas torcidas do futebol europeu. São Paulo: L. Vignoli, 2017, pp. 121-128.
- ↑ RAMALHO, Víctor (19 de março de 2017). «Cancelada fusão entre Racing e Stade Français». Portal do Rugby. Consultado em 10 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2018
- ↑ a b «Stade Français Paris». ESPN Scrum. Consultado em 28 de março de 2013