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Piracanjuba (peixe)

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Piracanjuba
Não avalida (IUCN 3.1)
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Characiformes
Família: Characidae
Gênero: Brycon
Espécies:
B. orbignyanus
Nome binomial
Brycon orbignyanus

Brycon orbignyanus, popularmente conhecido como Piracanjuba (GO, MG, MS, SP, PR, SC, RS);Piracanjuva (SC, RS); Bracanjuva (SC, RS) ou Bracanjuba (SC, RS), é um peixe que habita na bacia do Rio de la Plata e que está em risco de extinção. Chega a medir até 80 centímetros de comprimento e pesar mais de 6 quilogramas.[1] É um peixe migratório e de grande valor econômico, facilmente encontrado nos leitos dos rios dos estados brasileiros Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e principalmete Goiás .[2]

"Piracanjuba" é um termo de origem tupi que significa "peixe de cabeça amarela", através da junção de pirá (peixe), akanga (cabeça) e îuba (amarela).[3]

Descrição biológica

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Distribuição

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A distribuição da espécie está limitada à bacia hidrográfica do rio Paraná, rio Uruguai e rio da Prata,[4] respectivamente, no Brasil, Uruguai e Argentina.[5] Os Brycon orbignyanus habitam rios de de grande e médio porte, bem como nos pequenos lagos ligados a eles.[6]

Características e comportamento

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Dois exemplares de Brycon hillarii

As fêmeas da espécie chegam a medir cerca de 80 centímetros de comprimento e podem pesar 10 quilogramas, enquanto os machos chegam a medir 60 centímetros e podem pesar apenas 3,5 quilogramas. O maior exemplar encontrado no rio Paraná tinha 70 centímetros de comprimento e pesava 6 kg.[7]

Seu corpo é alongado, sendo que sua parte dorsal é um pouco mais altas em exemplares mais velhos. Seu corpo possui um tom acinzentando puxando para azul-esverdeado, enquanto suas barbatanas são de cor laranja e brilhantes. Seu pedúnculo caudal é preto e suas brânquias são pequenas com relação à sua cabeça, sendo desproporcionais.

É uma espécie migratória[8] que se alimenta principalmente de frutas, materiais orgânicos, sementes, plantas e pequenos peixes.[9] No rio Uruguai, atingem sua maturidade sexual entre o primeiro e segundo ano de vida e, no rio Paraná, a atingem no terceiro ano de vida, com um tamanho médio de 30 centímetros.[6] O período de desova ocorre entre dezembro de janeiro e os ovos são postos bem próximos à coluna d'água, no período das cheias.[9] A eclosão ocorre após 16 horas da fertilização, quando a temperatura da água é de, aproximadamente, 26 °C.[6]

Risco de extinção

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Os fatores ecológicos e climáticos de influência antrópica são as principais causas do desparecimento de grande parte da população da espécie.[10] Na bacia do rio Paraná, a construção intensiva de barragens, a fragmentação das trilhas de desova, a fragmentação dos habitat, a destruição das matas ciliares e a pesca intensiva foram as principais causas para o declínio da população. Isso fez com que a espécie fosse considerada criticamente ameaçada de extinção.[4]

Importância econômica

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Devido a seu rápido crescimento populacional, a sua capacidade de adaptar-se a um sistema controlado, como a aquicultura, e a seu alto valor econômico, a espécie atraiu grande atenção dos criadores, tanto em termos de aumento da produção como no aumento da conservação da espécie.[4][10]

Referências

  1. Planettvet.com. «Piracanjuba (Triurobrycon lundii)». Consultado em 21 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 5 de setembro de 2014 
  2. Sitecurupira.com. «Peixes de água doce encontrados no Brasil». Consultado em 21 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 12 de julho de 2012 
  3. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. 463 p.
  4. a b c Brazilian Archives of Biology and Technology. «Genetic variability of brycon orbignyanus (valenciennes, 1850) (characiformes: characidae) in cultivated and natural populations of the upper paraná river, and implications for the conservation of the species». Consultado em 24 de janeiro de 2013 
  5. FishBase.com. «Countries where Brycon orbignyanus is found». Consultado em 24 de janeiro de 2013 
  6. a b c ICMBio. «PIRACANJUBA - BRYCON ORBIGNYANUS». Consultado em 24 de julho de 2013 
  7. FishBase (FishING). «Brycon orbignyanus». Consultado em 24 de julho de 2013 
  8. Revista Ceres. «Dose inseminante utilizada na fertilização artificial de ovócito de piracanjuba (Brycon orbignyanus)». Consultado em 21 de janeiro de 2013 
  9. a b Ebah.com. «Peixe Piracanjuba». Consultado em 24 de julho de 2013 
  10. a b Ciencia e investigación agraria. «Conservation of Brycon orbignyanus natural populations and stocks for their reproductive, genetic, environmental sustainability: A model for species threatened with extinction». Consultado em 24 de janeiro de 2013 
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