Arturo Pérez-Reverte
Arturo Pérez-Reverte | |
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Arturo Pérez-Reverte em 2008 | |
Nascimento | 24 de novembro de 1951 (73 anos) Cartagena, Espanha |
Alma mater | Universidade Complutense de Madrid |
Ocupação | jornalista, escritor |
Género literário | Romance, conto |
Movimento literário | Pós-modernismo |
Magnum opus | A rainha do Sul |
Arturo Pérez-Reverte (Cartagena, 24 de novembro de 1951) é um novelista e jornalista espanhol. Desde o ano de 2003 é, também, membro da Real Academia Espanhola da língua.[1] Ele é formado em Jornalismo pela Universidade Complutense de Madrid,[2] e a suas obras estão traduzidas em quase trinta idiomas.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Antigo repórter de guerra, (teve que lutar na guerra da Etiópia pra salvar a própria vida[3]), dedica-se em exclusivo à escrita desde meados dos anos 1990, tendo editado romances como "O cemitério dos barcos sem nome", "Território Comanche", "O hussardo", O pintor de batalhas e os seis romances da série de aventuras "Capitão Alatriste".[4] Afirmou virar repórter de guerra para vivenciar as aventuras que tinha lido nos livros.
Em 1988 publicou O mestre de esgrima. Este romance foi incluido entre os cem melhores em espanhol do século XX pelo jornal "El Mundo".[5]
A começos dos anos 1990 apresentou em RNE La ley de la calle, um programa de rádio, em horário noturno, no que participavam numerosas pessoas de diversos âmbitos, a maioria das vezes marginais; como um bandido, uma prostituta, um viciado em drogas ou um policial. O programa foi censurado pelo diretor da RTVE. Enviou aos chefes da Televisión Española uma dura carta insultando-os quando renunciou ao trabalho como repórter.[6]
Temas como o cansaço do herói, a aventura, a amizade, a viagem como perigo, a morte como última viagem, e a cultura e a memória como única salvação que permite compreender a realidade, suportar a dor e conhecer a identidade da pessoa e do mundo são freqüentes em seus romances. A visão que o escritor tem da existência em geral é sombria. Odeia o humanismo cristão e acredita que a filosofia pagã tem uma visão mais exata do mundo. É lusófilo e afirma que foi um erro histórico de Filipe II nao ter mudado a capital para Lisboa.[7] .Esteve várias vezes no Brasil, país que definiu como "fascinante". Admirador da América Latina, afirmou sentir-se em casa aí mais que em Paris. Nascido em Cartagena, se declarou herdeiro do legado da cultura mediterrânea, de uma memória histórica de 3000 anos.[8] Lamenta que a sociedade esteja condicionada pelo "capricho das minorias" e que a Europa, "referência moral do Ocidente", copie os valores da sociedade dos Estados Unidos, considerada por ele como "doente e hipócrita".[9]
Nos artigos que publica cada domingo na revista XLSemanal, critica duramente a pós-modernidade, o politicamente correto, a ideologia de gênero, o neoliberalismo, o neoconservadorismo, a pedagogia crítica, a União Europeia[10], o turismo de massa,[11] a linguagem includente[12] e o pensamento woke.[13] Afirma que o politicamente correto tem origem no puritanismo anglo-saxão.[14]Estes artigos foram publicados nos seguintes livros: Patente de corso (1993-1998), Con ánimo de ofender (1998-2001), No me cogeréis vivo (2001-2005) e Cuando éramos honrados mercenarios (2005-2009).
Usuário ativo no Twitter, já criou inúmeras polêmicas.[15] Em um controvertido artigo comparou a crise dos refugiados na Europa com as invasões bárbaras que propiciaram a queda do Império Romano.[16] Porém, foi premiado com o "Premio Don Quijote" de jornalismo.[17]
Em 1998 publicou um duríssimo artigo contra o capitalismo global que profetizou a crise económica mundial. Esse artigo fez muito sucesso na internet quando aconteceu a crise na Espanha.[18]
As personagens revertianas típicas são o herói cansado em território hostil com um passado obscuro e a mulher fatal. Entre os traços das personagens destaca a ambiguidade moral.[19]
O romance "O Sniper paciente" tem como argumento a pichação e o grafite. Para escreve-lo, fez amizade com grafiteiros.[20]
Obras
[editar | editar código-fonte]Narrativas
[editar | editar código-fonte]- O hussardo (no original El húsar), 1986
- O mestre de esgrima (no original El maestro de esgrima), 1988
- A tábua de Flandres (no original La tabla de Flandres), 1990 (prefácio de Juan Manuel de Prada)
- O Clube Dumas ou A sombra de Richelieu (no original El club Dumas o La sombra de Richelieu), 1993
- A sombra da águia (no original La sombra del águila), 1993
- Território comanche: uma narrativa (no original Territorio comanche), 1993
- A pele do tambor (no original La piel del tambor), 1995
- O cemitério dos barcos sem nome (no original La carta esférica), 2000
- A rainha do Sul (no original La Reina del Sur), 2002
- O pintor de batalhas (no original El pintor de batallas), 2006
- O assédio (no original El asedio), 2010
- O tango da velha guarda (no original El tango de la guardia vieja), 2012
- O Sniper paciente (no original El francotirador paciente) 2013
- Homens Bons (no original Hombres Buenos), 2016
- Los perros duros no bailan, 2018
- Sidi, 2019 (sobre Rodrigo Díaz de Vivar)
- Línea de fuego, 2020
- El italiano, 2021
Coleção As aventuras do capitão Alatriste
[editar | editar código-fonte]- O capitão Alatriste (no original El capitán Alatriste), 1996
- Limpeza de sangue (no original Limpieza de sangre), 1997
- El sol de Breda, 1998
- O ouro do rei (no original El oro del rey), 2000
- O cavalheiro do gibão amarelo (no original El caballero del jubón amarillo), 2003
- Corsários do levante (no original Corsarios de Levante), 2006
- A ponte dos assassinos. (no original El puente de los asesinos), 2011
Colecção Falcó
[editar | editar código-fonte]- Falcó, 2016
- Eva, 2017
- Sabotaje, 2018
Não-ficção
[editar | editar código-fonte]- La guerra civil contada a los jóvenes, 2015
- Perros e hijos de perra, 2014
Artigos
[editar | editar código-fonte]- Obra breve, relatos y artículos; Alfaguara, Madrid, 1995
- Patente de corso (1993-1998); Alfaguara, Madrid, 1998
- Con ánimo de ofender (1998-2001); Alfaguara, Madrid, 2001
- No me cogeréis vivo (2001-2005); Alfaguara, Madrid, 2005
- Cuando éramos honrados mercenarios (2005-2009); Alfaguara, Madrid, 2009
- Los barcos se pierden en tierra (1994-2011); Alfaguara, Madrid, 2011[21]
- Perros e hijos de perra, Alfaguara, Madrid, 2014[22]
- Una Historia de España (2013-2017); Alfaguara, Madrid, 2019[23]
Referências
- ↑ País, Ediciones El (24 de janeiro de 2003). «Arturo Pérez-Reverte entra en la Academia». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582
- ↑ «BUCM :: Biografia e CV. de Arturo Pérez Reverte. Escritores complutenses 2.0 :: Biblioteca Complutense». biblioteca.ucm.es. Consultado em 18 de dezembro de 2018
- ↑ https://www.elmundo.es/encuentros/invitados/2010/03/4094/
- ↑ País, Ediciones El (22 de outubro de 2011). «Reportaje | Las patrias de Alatriste». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582
- ↑ https://www.elmundo.es/elmundolibro/2001/01/13/anticuario/979503106.html
- ↑ https://elpais.com/diario/1994/04/30/radiotv/767656804_850215.html
- ↑ https://eltrapezio.eu/es/portugal/arturo-perez-reverte-suena-con-una-iberia-con-un-eje-lisboa-madrid-barcelona_6377.html
- ↑ https://www.grupolaprovincia.com/cultura/perez-reverte-mi-patria-es-el-mediterraneo-no-espana-818591
- ↑ https://www.xlsemanal.com/firmas/20050424/dejenme-morir-tranquilo-arturo-perez-reverte.html
- ↑ https://elmundo.orbyt.es/2011/10/26/orbyt_en_elmundo/1319663012.html
- ↑ https://www.xlsemanal.com/firmas/20171203/perez-reverte-la-europa-estamos-matando.html
- ↑ https://www.ondacero.es/noticias/television/opinion-arturo-perezreverte-lenguaje-inclusivo_20211008615fd5680304fd0001bdc4de.html
- ↑ https://www.xlsemanal.com/temas/arturo-perez-reverte
- ↑ https://www.zendalibros.com/perez-reverte-una-historia-de-europa-lxix/
- ↑ https://www.elindependiente.com/tendencias/2019/01/03/las-polemicas-mas-sonadas-de-perez-reverte-en-twitter/
- ↑ https://www.perezreverte.com/articulo/patentes-corso/1038/los-godos-del-emperador-valente/
- ↑ https://www.rae.es/noticia/arturo-perez-reverte-recibe-el-premio-don-quijote-de-periodismo
- ↑ https://www.aepaca.es/los-amos-del-mundo-arturo-perez-reverte-1998/
- ↑ https://www.zendalibros.com/las-mujeres-de-perez-reverte/
- ↑ https://www.perezreverte.com/libro/613/el-francotirador-paciente/
- ↑ Jacinto Antón. Los mejores textos de Arturo Pérez-Reverte sobre su gran pasión: el mar, en la ficha del libro en Alfaguara; acceso 22.10.2011
- ↑ «Perros e hijos de perra». perezreverte.com. Consultado em 8 de abril de 2015
- ↑ «Una historia de España». Alfaguara (Penguin). Consultado em 13 de junho de 2021
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Arturo Pérez-Reverte. no IMDb.
- Website oficial do Arturo Pérez-Reverte (em castelhano)