Abstract
Se a pregação de Jesus consiste no pressuposto da teologia neotestamentária, segundo o pensamento de Bultmann, a análise do seu conteúdo emerge como fundamental para a compreensão do querigma cristão e da construção literário-teológica da comunidade primitiva. Dessa forma, o artigo se detém na pregação ético-escatológica de Jesus, que anuncia o reino de Deus e o tempo da decisão e o chamado à decisão, que converge para a radicalidade e exige a obediência escatológica enquanto realização da vontade de Deus. Assim, escapando à condição de um dever que converge para a formação do caráter e ao princípio de determinação da comunhão humana, o artigo assinala que é a exigência do amor que se impõe à pregação escatológica de Jesus e a sua pregação ética e ao conhecimento da vontade de Deus, que implica o dever-ser e o poder-fazer envolvendo o bem incondicional em uma construção teórico-conceitual e subjetivo-existencial que envolve a consciência da situação-limite da existência e a necessidade de uma decisão existencial.