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“Não há inovação [na Europa]. Falta-lhe o ritmo e ambição que há noutras zonas do mundo”

Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, foi um dos oradores do último Encontro Fora da Caixa de 2024
Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, foi um dos oradores do último Encontro Fora da Caixa de 2024
Nuno Fox

O último Encontro Fora da Caixa de 2024, a que o Expresso se associa como media partner, decorreu esta segunda-feira à tarde na Culturgest, em Lisboa

Ana Baptista

Jornalista

“Não há inovação [na Europa]. Falta-lhe o ritmo e ambição que há noutras zonas do mundo”

Nuno Fox

Fotojornalista

Ao contrário do que era expectável, 2024 vai terminar com uma série de acontecimentos que ameaçam a economia - e até a sociedade - em todo o mundo. Que impactos são esses e que dimensão vão ter em Portugal foi o que foi debatido esta tarde no último Encontro Fora da Caixa deste ano que contou com a presença de Paulo Macedo, CEO da CGD; Joaquim Miranda Sarmento, ministro de Estado e das Finanças; José Manuel Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia; Pedro Siza Vieira, ex-ministro da Economia; Pedro Marques Lopes, comentador da SIC Noticias; Francisco Cary, administrador executivo da CGD; José Teixeira, presidente do grupo DST; Anne Saintemarie, presidente do conselho de administração do Intermarché; e José Theotónio, CEO do grupo Pestana. Estas são as principais conclusões.


As crises

  • Depois da guerra da Ucrânia, o mundo tem de lidar agora com os vários conflitos no Médio Oriente, e o impacto que vão ter na Europa - e em Portugal - é uma incógnita.
  • Porque é algo nunca antes visto. “Hoje temos tropas norte-coreanas a lutar na Europa, algo que não nos passava pela cabeça, nem num filme de Hollywood”, diz Durão Barroso.
  • Há também a crise política e financeira em França e a crise financeira na Alemanha, dois dos países para onde Portugal mais exporta, e aqui sim, já se sentem os impactos em algumas empresas portuguesas.
  • Daí que Joaquim Miranda Sarmento tenha recordado as medidas de alívio às empresas que este Governo já tomou e incluiu no Orçamento do Estado para 2025, como a descida do IRC. Porque, diz, “não podemos continuar num modelo de taxas tão altas”.
  • E há ainda a reeleição de Donald Trump para presidente dos EUA e as ameaças de medidas protecionistas que, diz Durão Barroso, podem originar “uma guerra comercial com a Europa e com a China também”.
  • Mas que, para Paulo Macedo, não afeta todos os países da mesma forma. “As economias mais abertas têm de ter outro tipo de cuidados”, repara.

Francisco Cary, administrador executivo da CGD; José Theotónio, CEO do grupo Pestana; José Teixeira, presidente do grupo DST; Anne Saintemarie, presidente do conselho de administração do Intermarché José Theotónio, CEO do grupo Pestana. Estas são as principais conclusões.
Nuno Fox

As transformações

  • Além das crises, a economia e as empresas têm também de lidar com as várias transformações que estão a acontecer no mundo. E já não é só a digitalização da sociedade nem a transição energética. Agora há também a Inteligência Artificial (IA) que, apesar das vantagens que traz, tem de ser verificada e controlada, avisa Paulo Macedo.
  • Para lidar com estas transformações é preciso saber inovação e para isso é preciso pessoal qualificado mas também requalificar trabalhadores, acrescenta ainda o CEO da CGD.
  • Na DST, por exemplo, há uma escola que faz isso mesmo. Mas nem todas as empresas têm essa capacidade ou, como diz José Teixeira, a capacidade de trazer “a ficção para a ciência”.
  • Há depois o problema de, no que respeita a inovação, Portugal - e a Europa - estar em confronto com outros países. “Não há inovação [na Europa]. Falta-lhe o ritmo e ambição que há noutras zonas do mundo”, diz Durão Barroso.
  • Estas transformações têm depois impacto na contratação de trabalhadores que, já se sabe, tem surtido muitas queixas da parte das empresas. Não por falta de qualidade, mas por escassez de mão de obra.
  • “Fazer hotelaria sem imigração é impossível”, repara José Theotónio, acrescentando que nas unidades do grupo Pestana em Portugal têm trabalhadores de 40 nacionalidades diferentes. Nos 16 países onde estão, são 60 nacionalidades diferentes.

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